O advogado de Lucélia da Conceição Silva informou que a audiência de instrução que estava marcada para acontecer amanhã, quinta-feira (23), foi adiada após o Ministério Público pedir novas diligências sobre o caso. Com isto, a audiência, que serve para colher as provas das partes e todos os depoimentos das testemunhas, agora só deve acontecer em março.
De acordo com Sammai Cavalcante, advogado que está acompanhando o caso, a audiência deve atestar a inocência de Lucélia Silva quanto às mortes ocorridas na mesma família após envenenamento por chumbinho.
Entenda a cronologia do envenenamento de família em Parnaíba
“Houve uma solicitação do Ministério Público, que é cabível dentro do processo, que tem uma normalidade, e em decorrência disso a audiência foi designada para março deste ano. Nós, que fazemos a defesa de dona Lucélia Silva temos da negativa total de autoria após o transcurso da audiência, o que deve desencadear na declaração de inocência de Lucélia”, disse Sammai Cavalcante.
O advogado disse ainda que não pode se manifestar com relação às provas, testemunhas e oitivas anexadas ao processo, pois a ação corre em segredo de justiça.
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Entenda o caso
Lucélia Silva foi presa em agosto do ano passado, acusada e ter envenenado duas crianças em Parnaíba. Desde o início, ela afirmava sua inocência, mas somente este mês a polícia confirmou que os cajus que ela doou para os meninos João Miguel e Ulisses não estavam envenenados.
Foi quando a investigação teve uma reviravolta, depois que mais nove pessoas da mesma família foram envenenadas no começo deste ano. Todos eles eram parentes dos meninos João Miguel e Ulisses, que faleceram em Teresina após terem ingerido terbufós, conhecido popularmente como chumbinho.
A principal suspeita era que o veneno estava nos cajus dados por dona Lucélia Maria às crianças. Ela era vizinha deles e como a polícia encontrou veneno de rato na casa dela, acabou prendendo-a preventivamente enquanto o inquérito avançava. Mas com o laudo pericial dos cajus, a polícia passou a ter como principal suspeito Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças envenenadas.
Ficou comprovado que os cajus que dona Lucélia deu aos meninos não tinham veneno e ela teve sua liberdade concedida pela justiça, já que esta era a principal tese defendida pela acusação. Para o advogado dela, Sammai Cavalcante, houve erros processuais que levaram à prisão de sua cliente.