O Governo do Piauí montou um comitê de crise para gerir a situação de Picos, que se encontra arrasada pelas chuvas que caíram nas últimas semanas, sobretudo nos últimos dias. Pelo menos 200 pessoas foram resgatadas pelos Bombeiros em áreas de alagamento e de risco e a estimativa é de que pelo menos mil estejam desabrigadas.
O comitê de crise é formado pelo Governo, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PI), a Secretaria Estadual de Defesa Civil, Secretaria Estadual de Assistência Social (SASC), Secretaria de Saúde do Estado (Sesapi) e a Prefeitura de Picos. O objetivo do grupo é alinhar as ações e agir em conjunto para atender a todos os desabrigados, além de planejar ações preventivas para os desastres naturais causados pela intensificação da chuva.
O comitê será crido oficialmente por meio de decreto, mas os trabalhos já iniciaram. O Departamento de Estradas de Rodagem, por exemplo, já iniciou os reparos emergenciais nas principais vias de acesso a Picos. Rachaduras na BR-316, principal rodovia que liga a região, geraram um alerta na população e nas autoridades.
“Estamos atuando para reparar os danos causados pelas chuvas. Estamos mobilizados, sinalizando a população que iniciaremos as obras de emergência para restabelecer o tráfego o mais rápido possível em toda aquela região”, é o que pontua o superintendente do DER, Leonardo Sobral.
O trabalho intersetorial passa ainda pela assistência social, que está sendo assumida pela SASC e a própria Defesa Civil, com o resgate de pessoas das áreas afetadas e o mapeamento das áreas de risco. Diretor de Mitigação da Defesa Civil, o climatologista Werton Costa dá detalhes de como está sendo feito este trabalho.
“Estamos orientando os prefeitos para que mantenham o aparato de defesa civil operante e em diálogo com o estado. Uma subnotificação ou falha de comunicação impede uma ação efetiva do Estado. Estamos trabalhando com a sensibilização das pessoas, principalmente aquelas que se colocam em riscos desnecessários em passagens molhadas e barragens”, diz.
No momento, os olhares estão voltados para Picos, mas a Defesa Civil também mantém atenção na região entre Floriano e Teresina, na região da Planície Litorânea e da Grande Teresina diante da possibilidade de intensificação das chuvas nos próximos dias. Este trabalho está sendo feito por meio do monitoramento dos níveis dos rios, em contato com o Serviço Geológico Nacional, e também pelo acompanhamento de radares, dos mananciais, reservatórios e riachos.
A determinação é que toda a estrutura do Governo esteja voltada para Picos e para ajudar a população daquela região. Algumas ações, como as que já estão sendo tomadas, são emergenciais. Mas há outras que serão adotadas a médio e longo prazo que exigem mais burocracia para saírem do papel. É o que explica o governador em exercício, Themístocles Filho.
“Temos problemas que vai demorar mais tempo para serem resolvidos, como problemas na infraestrutura que precisam de projetos serem aprovados para serem resolvidos. Mas o que é inicial, todas as determinações já foram dadas", diz.
Previsão é de mais chuva a partir do dia 20
A transição para o mês de fevereiro é tradicionalmente marcada pela intensificação das chuvas por conta da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que tua sobre o Piauí neste período. A chuva se espalha pelo Litoral, Vale do Longá, Grande Teresina, Confederação Valenciana, Picos e pelo Médio Parnaíba, causando agravos e intercorrências.
E por mais que este canal de umidade esteja perdendo força, o Piauí ainda sofre influências de outros canais vindos do Maranhão. As idades do Médio Parnaíba e aquelas localidades ribeirinhas poderão ter chuva de forma moderada, mas a previsão é que depois do dia 20, haja a ocorrência de temporais.
Teresina está sob risco por ser a região mais densamente povoada do Estado. No momento, os rios que banham a capital estão sob controle, assim como estão os demais rios que cortam o Piauí, mas seus níveis estão sendo diariamente monitorados. O momento, segundo a Defesa Civil, é de estabilidade no Estado, exceto na região de Picos e em algumas cidades do litoral. Mas considerando que as chuvas podem se intensificar, a atenção será redobrada.
Por conta do risco de novos agravos, o Governo do Estado trabalha em parcerias com o Governo Federal para a publicação de decretos que possibilitem a vinda mais rápida de recursos da União para atender de forma emergencial as regiões afetadas pela chuva.
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