Gilmar Carvalho Rocha, o suspeito de ter matado o idoso Raimundo Nonato, 69 anos, a golpes de picareta no bairro Promorar, foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (14) pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Gilmar até havia se apresentado à polícia na última terça-feira (11) e alegou que cometeu o crime em resposta a uma tentativa de abuso sexual por parte de Raimundo. Por ausência de flagrante e ainda não ter mandado de prisão preventiva contra o suspeito, ele foi solto. Ele foi ouvido pela Polícia e depois foi encaminhado para audiência de custódia na Central de Flagrantes.

Agora, ele volta a ficar sob custódia das autoridades policiais enquanto as investigações prosseguem. Após o depoimento de Gilmar, a Polícia fez uma cronologia, desde a saída de Gilmar da prisão, até o dia da morte de Raimundo Nonato.
Gilmar havia saído da prisão no dia 22 de janeiro deste ano. Ele tava preso por ter descumprido uma medida protetiva contra ele em favor de sua ex-mulher. Quando o suspeito saiu da cadeia, a família não quis o acolher e, então, ele procurou abrigo na casa de Raimundo Nonato. Os dois já se conheciam; eles tinham um relacionamento amoroso e, segundo testemunhas, brigavam frequentemente porque o suspeito vivia procurando a ex e o idoso não aceitava.
As brigas também eram motivadas porque o suspeito era usuário de drogas e andava consumindo entorpecente em excesso na casa de Raimundo e isso irritava a vítima. O idoso chegou a pagar uma dívida de R$ 300 reais que o suspeito tinha com membros do B40, por uso de drogas. No dia do crime, o idoso saiu de casa de manhã e deixou o suspeito trancado em casa para ele não ir procurar a ex. Quando ele retornou, já era por volta de 15h. Perícias realizadas no celular mostram que, por volta das 16h52, o suspeito tirou selfies com a vítima no celular da vítima.
“Eles estavam sorrindo, o que sugere que eles teriam se entendido. Mas os dados das nuvens, do drive (do celular) mostraram que as 18h35 ele tirou uma foto da vítima já morta e logo em seguida fez um vídeo. E enviou um áudio e o vídeo para uma testemunha. Com base nisso, a suspeita é de que a vítima tenha sido assassinada entre 17h30 e 18h”, detalhou o delegado Danúbio Dias.

Ainda segundo as investigações, Gilmar passou a noite inteira, até por volta de 1h30 da madrugada na casa, com o Raimundo morto em casa, fazendo vídeos e fotos em que apresenta várias versões para o crime.

Veja o momento em que Gilmar sai da DHPP para a audiência de custódia:
Carregando publicação do Instagram... Clique para ver a publicação
Versão da defesa de Gilmar nega que eles tinham relacionamento
O advogado de Gilmar, Marcos Emanuel, concedeu entrevista e deu a versão do seu cliente sobre o crime. A defesa afirmou que eles não tinham um relacionamento amoroso e que a vítima tentou manter relações sexuais com o Gilvan ao perceber a vulnerabilidade dele, que havia ingerido bebida alcoólica e estava embriagado.
“Gilmar saiu recentemente do sistema prisional e a sua família não aceitou ele em casa. Ele já conhecia (Raimundo Nonato) a algum tempo e pediu abrigo por alguns dias na casa da vítima. Ele não tinha relacionamento amoroso com a vítima; ele era casado e tinha uma filha e só queria um abrigo por alguns dias. No dia do ocorrido, ele foi para um bar, ingeriu bebida alcoólica ia retornar à casa da vítima. A vítima viu a vulnerabilidade dele e tentou manter relações sexuais e ele foi se desvencilhar da vítima, foi aí que a vítima tentou furá-lo com uma faca. Ele o empurrou e o que ele conseguiu pegar (picareta) ele arremessou na vítima”, detalha o advogado.

Após o ocorrido, Gilvan saiu do local do crime. “Ele saiu desorientado e não lembra mais o que aconteceu. Ele só lembra que pediu a ajuda aos familiares e saiu de Teresina”, complementou. A defesa seguirá alegando legítima defesa no caso. Por não se tratar de uma prisão em flagrante e não ter ainda uma prisão preventiva decretada, Gilvan foi solto sem sequer passar por audiência de custódia.
Em vídeo gravado, Gilmar teria confessado crime
Gilmar teria gravado um vídeo em que confessa a autoria do assassinato. As imagens, que circulam por aplicativos de mensagens, mostram a vítima ferida no chão, com o rosto desfigurado, enquanto um homem grava e fala que “quem caça, acha”. O suposto autor faz, ainda, referências à uma facção. Durante o vídeo, ele diz:
Seguinte é esse, ó. Quem caça, acha, meu amigo. É bala na clara e clava na bala. B40. 40 na bala. 40 aí, viu? Achou? Caçou? É 40, viu? Quem matou foi o Negão. Foi eu. Foi eu, ó. Negão
Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.