Em algum momento, ao passar por um determinado local de Teresina, o nome de uma rua certamente chamou a atenção: seja porque tinha o nome de uma flor, ou de um planeta, de um Estado ou País, ou até mesmo algo do dia a dia, trivial demais para se tornar o nome de um logradouro.
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Isso acontece com muitas ruas de Teresina, mas essa não é uma característica apenas da capital piauiense. Outras cidades brasileiras também nomeiam suas vias considerando fenômenos e fatos históricos, personalidades e eventos da época ou características únicas e peculiares.
Na zona Leste de Teresina, por exemplo, há bairros temáticos, como o Jóquei, que é formado por ruas com nomes de flores, como Miosótis, Gardênia, Orquídeas, Tulipas e Angélica. Já no Satélite, as ruas levam os nomes dos astros que compõem o sistema solar e de elementos relacionados ao espaço, como a primeira nave a pousar na Lua: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Plutão, Espacial e Apolo XI.
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Já na zona Norte de Teresina, entre os bairros Pirajá, Acarape e Marquês, há diversas ruas com nomes de estados brasileiros. Enquanto isso, no bairro Cidade Nova, zona Sul, os nomes das ruas fazem alusão aos países das Américas, como Costa Rica, México, Equador, Bolívia, Uruguai, entre outros.
Segundo o historiador e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Ricardo Arraes, apesar dessa ser uma característica interessante, ter bairros e arruamentos temáticos não é uma particularidade única de Teresina.
Há muitos anos, algumas ruas do Centro de Teresina tinham referências barrocas, aceitáveis para a época, nomes como Rua Grande, do Amparo, do Fio, Bela, da Palmeirinha, da Glória, da Estrela. Várias dessas ruas remetiam a algo que existia naquela via. A Baixa da Égua, por exemplo, na rua Benjamin Constant, foi nomeada assim por conta de um acidente que ocorreu com uma égua, durante uma enxurrada, que acabou morrendo ao bater com a cabeça em uma pedra. São fatos interessantes e que remetem à história antiga da cidade
Algumas vias, antes conhecidas como “estradas velhas”, tornaram-se grandes ruas e avenidas, como a Estrada do Gado, que hoje é a Avenida Miguel Rosa. Já a Estrada Nova tornou-se a Avenida Barão de Gurgueia. A Rua da Glória virou Rua Lisandro Nogueira. Rua da Estrela, agora, Rua Desembargador Freitas. A Rua Bela, agora Rua Teodoro Pacheco. E a Rua Grande, tornou-se a Rua Álvaro Mendes.
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“A Rua da Palmeirinha tinha esse nome porque no local havia muitas palmeiras de babaçu e de tucum. Hoje, ela chama-se Rua Clodoaldo Freitas. Essas ruas foram rebatizadas para dar memória às pessoas que trabalharam na construção de Teresina, pessoas da elite e figuras de destaque político que edificaram e fizeram a capital. Quando a cidade renomeia essas ruas, ela está criando uma memória urbana, e, em muitos casos, perpetuando o nome de algozes [pessoas que agiram com crueldade ou realizaram atos horríveis e/ou abomináveis]”, complementou o professor e historiador Ricardo Arraes.
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