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Insegurança no Centro de Teresina: comerciante já teve loja roubada quase 30 vezes

Empresários acumulam prejuízos que contabilizam mais de R$ 130 mil e pedem por mais segurança na região

26/07/2024 às 15h20

26/07/2024 às 15h23

Abandono, violência, insegurança e prejuízo são realidades diárias para os empresários do Centro de Teresina. A decadência da região, que se arrasta há anos, tem se intensificado nos últimos meses. Lojas fechadas e imóveis abandonados afastam comerciantes e consumidores, enquanto cresce a migração de moradores para outras zonas da cidade. À noite, o local se transforma em um deserto urbano e se torna um alvo fácil para criminosos.

Comerciantes do Centro de Teresina convivem com sensação de insegurança diariamente - (Arquivo O DIA) Arquivo O DIA
Comerciantes do Centro de Teresina convivem com sensação de insegurança diariamente

José Wilson Fontielente, comerciante da região há 29 anos, já registrou 28 roubos em sua papelaria, localizada próxima à Praça João Luiz Ferreira. Em um dos episódios mais recentes, ocorrido na noite desta quarta-feira (24), o empresário relatou que o criminoso estava equipado com ferramentas específicas para furtar o ar-condicionado da loja. Esse aparelho é frequentemente alvo de roubos devido ao cobre em sua composição, um metal muito valorizado por sucateiros, que pagam até R$ 50,00 por quilo.

Sucateiros cobram fios de cobre por até R$ 50,00 - (Frepiik) Frepiik
Sucateiros cobram fios de cobre por até R$ 50,00

“Das últimas vezes ele não conseguiu levar o ar-condicionado por não ter ferramenta. Dessa vez, ele veio equipado com alicante, chaves e até ferro de solda”, conta o empresário. O suspeito do crime, no entanto, não foi muito longe. Ele foi capturado próximo ao local e encaminhado à Central de Flagrantes. Na manhã seguinte, equipes da Perícia Criminal da Polícia Civil estiveram no local a fim de colher mais informações sobre o caso.

O problema dos arrombamentos no Centro de Teresina está ligado à presença de moradores de rua, muitos dos quais são usuários de drogas. Segundo a polícia, esses indivíduos perambulam pela região durante a noite, praticando furtos para sustentar o vício. Raimundo Nonato, chefe de investigação do 1º Departamento de Polícia, afirmou que é comum encontrar os mesmos suspeitos envolvidos em múltiplos casos de arrombamento.

"São moradores de rua e usuários de drogas que, para manter o vício, entram nos comércios e levam tudo o que podem, principalmente aparelhos de ar-condicionado que contêm cobre, algo que é muito caro. Quando são autuados, nós encaminhamos para a central. Mas após a audiência de custódia, muitos são liberados”.

Raimundo Nonato Chefe de investigação do 1º DP
Alguns moradores de rua do Centro de Teresina praticam furtos para sustentar vícido  - (Arquivo O Dia) Arquivo O Dia
Alguns moradores de rua do Centro de Teresina praticam furtos para sustentar vícido

“Já fui assaltado a mão armada e tive uma arma apontada para minha cabeça. Hoje, quando o cara chega para me assaltar, eu pergunto: ‘de novo?’”, diz José Wilson.

Assim como José, outros empresários também estão enfrentando grandes prejuízos devido aos frequentes furtos na região. De acordo com um levantamento realizado pela Associação S.O.S Centro, que inclui empreendedores, trabalhadores e moradores da área, os prejuízos acumulados em apenas 15 dias somam cerca de R$ 130 mil. A média de arrombamentos na região chega a 12 por semana.

A associação foi criada há um mês e tem como objetivo buscar medidas para melhorar a segurança na região. A vice-presidente da associação, Dra. Lúcia Santos, destacou a gravidade da situação, enfatizando que "cada morador e dono de estabelecimento tem o registro dos arrombamentos". A associação exige mais segurança e quer assegurar o direito dos comerciantes e moradores de trabalharem e viverem em paz na região central de Teresina.

“Essa situação está instável e essa associação não vai ‘arredar o pé’ enquanto não conseguirmos o que é de nosso direito”, disse.


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Com informações de Raimundo Lima / O DIA TV