A cobrança da "taxa do esgoto" e o aumento excessivo no valor das contas de água dos teresinenses, após a instalação da rede de esgotamento sanitário, continuam a ser alvo de discussões dos poderes públicos. A Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) vai debater a atuação da empresa e os problemas encontrados na oferta dos serviços de implementação da rede de esgoto em Teresina. Em entrevista ao programa Comando Geral, da FM O Dia e da O Dia TV, nesta quarta-feira (19), o deputado estadual Gessivaldo Isaías (Republicanos) afirmou que pretende chamar os representantes da concessionária para uma reunião com o presidente da Alepi, Severo Eulálio (MDB), para discutir a situação.

Na entrevista, Gessivaldo Isaías fez duras críticas a atuação da Águas de Teresina. Em comparação com uma vacinação, o parlamentar chegou a dizer que a empresa fez da capital a sua "cobaia" quanto às obras de saneamento e revelou preocupação com uma possível expansão dos serviços da empresa para municípios do interior do Estado.

Assis Fernandes / O DIA

Gessivaldo Isaías, deputado estadual pelo Republicanos.

O deputado afirmou ainda que no contrato a cobrança da "taxa de ligação do esgoto" de R$954 reais só poderia ser cobrada com ligações acima de 15 metros, e por isso a maior parte das residências deveriam estar isentas da cobrança do valor por não atingirem tal distância da rede. Por isso, o parlamentar deve propor uma reunião entre a direção da empresa na capital com a Alepi. O encontro ainda não possui data para acontecer.

Gessivaldo Isaías elogiou ainda a decisão do prefeito Silvio Mendes, de suspender intervenções que envolvam a abertura de valas em vias públicas para expansão das redes de água e esgoto. Além da determinação de que a empresa deve arcar com os custos da ligação dos ramais residenciais à rede pública, serviço pelo qual atualmente cobra R$ 954,02 por residência. A Prefeitura ressalta que essa despesa já está inclusa na tarifa contratual.

“Eu achei louvável (a decisão do prefeito Silvio Mendes). Ontem eu discursei na Alepi falando do prefeito de Teresina, porque ele está aí e eu contribui já que eu voltei nele. Se a empresa não cumpriu o contrato, ela quebrou o contato. E quebrou por incompetência dela”, finalizou.

Reprodução/Águas de Teresina

Águas de Teresina

Ministério Público e Câmara Municipal já realizaram audiências públicas para debater o tema

A conduta e os trabalhos da empresa Águas de Teresina têm sido alvo de debates dos órgãos públicos como MPPI , que realizou uma audiência pública com moradores, representantes de bairros e a direção da concessionária. Durante a audiência no dia 23 de janeiro, o promotor de Justiça Francisco de Jesus Lima, da 42ª Promotoria de Justiça de Teresina, que presidiu os trabalhos, ouviu da população as denúncias de problemas deixados na cidade e na vida dos moradores após as obras da empresa. As principais reclamações foram:

• O "quebra-quebra" no asfaltamento da cidade;
• A cobrança de taxas elevadas após a implementação do serviço de esgotamento;
• Falta de construção de poços de visitas.

Na Câmara Municipal, a audiência realizada foi proposta pelo presidente da Casa, vereador Enzo Samuel (PDT), e teve a subscrição do vereador João Pereira (PT). A casa acionou órgãos fiscalizadores para reverter a taxa de esgoto pela Águas de Teresina. Na audiência, foi afirmado que obras de pavimentação financiadas pelo poder público têm sido frequentemente destruídas pela empresa.