Todos os crimes partem do engano. Em geral, são ações praticadas por pessoas mal intencionadas se passando por empresas, autoridades ou instituições financeiras. E assim como a tecnologia usada para praticar estes crimes evolui, os criminosos também buscam se aperfeiçoar e criar cenários ilusórios cada vez mais próximos da realidade. Tudo com o objetivo de enganar suas vítimas.
Uma das modalidades de golpes mais comuns praticadas no Brasil é a da falsa ligação telefônica. Por meio de números forjados, criminosos entram em contato com as vítimas se passando por um parente, por gerente de banco, por profissionais da saúde e até mesmo por integrantes de facções criminosas para tirar dinheiro por meio do engano ou da ameaça. São vários os mecanismos já existentes para barrar ou ao menos diminuir este tipo de prática, como identificadores de chamada nos próprios celulares e serviços de operadoras.
O Piauí tem investido nesta tecnologia. Para garantir que criminosos não importunem mais as vítimas por meio de ligações telefônicas insistentes, a Secretaria de Segurança Pública vem trabalhando no desenvolvimento de alguns softwares. São ferramentas que vão auxiliar a vítima a se proteger e, em alguns casos, evitar o cometimento do crime. Quem explica é o delegado Humberto Macola, coordenador da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).
“Nosso Estado vem buscando soluções tecnológicas através da segurança pública. Nós já temos várias ferramentas, softwares que foram produzidos no Piauí. Alguns já estão disponíveis e outros estão em andamento. Temos cada vez mais buscado fortalecer as soluções em tecnologia para garantir que estes tipos de golpes não criem raízes no nosso Estado”, explica.

Apesar de as soluções tecnológicas serem essenciais para garantir a segurança na rede, elas não são a única alternativa. É preciso que o usuário saiba como utilizar estas ferramentas e se proteja antes de tudo. O delegado explica que o ideal é conhecer os sites por onde você navega e as empresas nas quais você compra. E não atender nenhum telefonema de número que não esteja na sua agenda.
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“O Brasil é um dos dez países que mais sofrem ataques cibernéticos no mundo. Aliado a isto, temos o alto índice de criminalidade. Hoje já passou do tempo de você trafegar na internet de forma aleatória e acreditando que todo mundo que liga para você é quem diz ser. Se ligou foram da sua agenda, não atenda. Temos percebido que as vítimas têm sofrido estes ataques de números que elas não conhecem. E os bandidos aproveitam o cenário de entrada, através destas ligações, para criar um cenário ilusório”, discorre Humberto Macola.
No Piauí, todos os golpes praticados com mais frequência no meio virtual se dão através de ligações de números desconhecidos. São eles: o golpe do falso parente, o golpe do falso site de leilão, o golpe do falso médico, o golpe do falso investimento, o golpe do falso emprego, o golpe do falso agente bancário e o golpe do falso faccionado. Em todas estas modalidades, os criminosos se utilizam de números aleatórios para contatar a vítima e criar personagens para extorqui-las.

Os celulares atualmente possuem ferramentas próprias de bloqueio e identificação de números maliciosos. Mas para além disso, não há melhor crivo para evitar cair em um golpe do que o da própria vítima. Em caso de dúvida sobre algum contato, o recomendado pela polícia é procurar o banco ou a própria delegacia pelos canais oficiais de comunicação.
O próprio governo possui plataformas credenciadas para evitar o assédio de empresas e, consequentemente, o assédio por criminosos. Um deles é o Portal de Consultas do Pré-pago, que permite aos consumidores verificarem a existência de linhas pré-pagas ativas indevidamente associadas ao seu CPF. Há também o Não Me Perturbe, que é uma lista nacional para quem não quer receber ligações de telemarketing de empresas cadastradas nos setores de telecomunicações e instituições financeiras.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) conta ainda com o Grupo Técnico de Segurança Cibernética e Gestão de Riscos de Infraestrutura Ciber (GT-Ciber) para promover a segurança cibernética no setor.

Quais as orientações?
A polícia orienta que as pessoas sempre desconfiem antes de clicar em algum link, abrir uma página ou fechar alguma compra. É nas abordagens financeiras onde mais mora o perigo. Os bancos não fazem ligações para seus clientes. Em geral, toda a comunicação é feita através do Whatsapp em um número verificado ou pelo próprio aplicativo da instituição. Mas para garantir sua segurança e a de seus dados, o usuário deve saber usar estas plataformas, até para permitir um diálogo mais rápido em caso de necessidade.
Para denunciar golpes ou tentativas de golpes a Polícia Civil disponibiliza o número 181, o site da Delegacia Virtual para registro de BOs 24h por dia e a própria DRCI localizada na Avenida João XXIII, 5335.
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