O Instituto de Criminalística do Piauí concluiu a perícia nos cajus comidos pelas crianças João Miguel da Silva, 7 anos, e Ulsses Gabriel, 8 anos, que morreram envenenados no ano passado em Parnaíba. O laudo constatou que as frutas não estavam envenenadas. Os cajus foram dados para as crianças por uma vizinha, que está presa desde agosto de 2024 indiciada pelo crime. A polícia deve reabrir o inquérito.
Lucélia Maria da Conceição foi presa acusada de ter envenenado os cajus e entregado as frutas para João Miguel e Ulisses comerem. Pouco depois, as crianças passaram mal e deram entrada no Hospital Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, com sinais de envenenamento. Transferidos para Teresina, João Miguel morreu ainda em agosto e Ulisses faleceu em novembro.
À época, a polícia fez buscas na casa de Lucélia e encontrou venenos do tipo terbufós, pesticidas popularmente conhecidos como chumbinho. Como havia sido ela a pessoa que deu para as crianças os cajus, Lucélia acabou sendo presa e foi indiciada por dois homicídios. Ela negou todas as acusações. Revoltados com a situação, populares em Parnaíba chegaram a atear fogo na residência dela.
Após o envenenamento do restante da família, no dia 01 de janeiro, a polícia decidiu fazer a perícia nos cajus, que estavam em poder do Instituto de Criminalística, congelados. Hoje (13), o perito-geral do IML, médico-legista Antônio Nunes, confirmou ao Portalodia.com que não foi encontrado nenhum tipo de veneno nos cajus. Por conta disso, o caso deve ser reaberto para novas averiguações, já que pesa contra Lucélia a acusação de ter posto veneno nas frutas.
Antônio Nunes esclareceu que a decisão de decisão de reabrir ou não o inquérito dependerá do promotor de justiça e do juiz. A reportagem está tentando contato com representantes do Ministério Público e com o advogado de defesa de Lucélia.
Vale lembrar que na semana passada, o padrasto da mãe das crianças envenenadas, Francisco de Assis Pereira da Costa, foi preso acusado de envenenar a família. Segundo a polícia, ele disse ter “nojo” de sua enteada, Francisca Maria, mãe das crianças e que também foi envenenada. No entanto, ao ser questionado sobre a possibilidade de reabrir o caso de Lucélia, na morte de Ulisses e João Miguel, o delegado Abimael Silva, que preside o inquérito, afirmou que se tratam de investigações diferentes e disse que o caso dos dois meninos já estava encerrado e já havia sido remetido ao Judiciário.
A reportagem do Portalodia.com procurou a Polícia Civil para se pronunciar sobre o caso. Por meio de sua assessoria, a delegacia-geral disse que não vai mais se manifestar, apenas a Secretaria de Segurança. Procurada, a Secretaria de Segurança disse que também não vai se pronunciar.
Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.