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No Brasil, 21% das pacientes têm Câncer de Mama Triplo-negativo

Subtipo é um dos mais agressivos e menos conhecido pela população

07/10/2023 às 10h06

Em todo o mundo, o câncer de mama é uma preocupação crescente. Em 2020, estima-se que 2,3 milhões de novos casos foram registrados. Há diferentes tipos de tumores e um dos mais agressivos e menos conhecidos é o Câncer de Mama Triplo-negativo (CMTN). No Brasil, 21% das pacientes são diagnosticadas com esse subtipo. O número de incidência no país é maior que na Argentina, Chile, Colômbia e México, conforme relatório do Institute for Health Economics (IHE). 

No Brasil, 21% das pacientes têm Câncer de Mama Triplo-negativo - (Divulgação/IHE) Divulgação/IHE
No Brasil, 21% das pacientes têm Câncer de Mama Triplo-negativo

O câncer de mama triplo negativo se caracteriza pelo fato de que as células cancerígenas não têm receptores de estrogênio ou progesterona e não produzem a proteína HER2. Durante o 20º Seminário de Jornalismo em Ciência e Saúde, que ocorreu nos dias 19 e 20 de setembro, em São Paulo, o economista especialista em saúde, Thomas Hofmarcher destacou os impactos do CMTN.

“Muitas pessoas sabem o que é câncer de mama, mas poucos conhecem o triplo negativo. Esse tumor é caracterizado por ser mais agressivo que os outros subtipos e também tem um impacto maior na sociedade. Ele é chamado de ‘triplo negativo’ pois testamos a presença de três receptores: ER, PR e o HER2. Quando o teste é negativo para todos os receptores, nós chamamos de triplo negativo”, explicou Hofmarcher. 

Economista especialista em saúde, Thomas Hofmarcher  - (Divulgação/MSD) Divulgação/MSD
Economista especialista em saúde, Thomas Hofmarcher

Esse subtipo é um dos mais agressivos porque tem crescimento rápido e menor chance de detecção precoce, o que impacta diretamente na taxa de sobrevivência das pacientes. De acordo com o relatório, mulheres com o Câncer de Mama Triplo-negativo têm a menor taxa de sobrevida entre os tipos da doença. Elas sobrevivem, em média, cinco anos após o diagnóstico do tumor. 

“O triplo negativo cresce um pouco mais rápido. É mais difícil ocorrer uma detecção precoce por conta do crescimento acelerado. Além disso, uma das características mais marcantes da doença é a taxa de sobrevida das pacientes. Nos cinco países estudados, observamos que o CMTN é o que tem a menor taxa de sobrevida”.

Thomas Hofmarcher Economista especialista em saúde

Existem fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como idade mais avançada, obesidade e sedentarismo. “Há fatores que ainda não entendemos, mas o que já sabemos é que muitos deles envolvem a idade. Quanto mais velha for a mulher, maior é a probabilidade de se desenvolver câncer de mama. A partir de 40, 50 e 60 anos. Além disso, há fatores que podemos controlar, como a obesidade e o sedentarismo”, ressalta.

Vale ressaltar que a qualidade de vida das pacientes com CMTN é mais afetada do que seria em outros tipos de câncer de mama. Essas mulheres têm mais chances de desenvolver doenças psicossomáticas. “Estudos já demonstram que o bem-estar e a funcionalidade das pacientes é mais afetada do que em outros casos. A qualidade de vida é pior, por isso há mais probabilidade de desenvolver depressão ou ansiedade”, acrescenta Thomas Hofmarcher. 

Sintomas e tratamento

De modo geral, os sintomas do Câncer de Mama Triplo-negativo não são diferentes dos demais tipos de tumor mamário. Dentre os principais sintomas destacam-se inchaço ou vermelhidão na mama; nódulo único endurecido; irritação em uma parte da mama; dor na mama e inversão do mamilo. “Os sinais são bem semelhantes aos outros subtipos. O mais comum é a presença de um caroço, que pode ser sentido em uma área mais espessa”, ressalta Hofmarcher. 

Sintomas do CMTP são semelhantes aos demais tipos de cancêr d - (Reprodução/Freepik) Reprodução/Freepik
Sintomas do CMTP são semelhantes aos demais tipos de cancêr d

O Câncer de Mama Triplo-negativo tem menos opções de tratamento que os outros tipos de tutor na mama. Isso acontece por conta da principal característica do subtipo: a falta de receptores de estrogênio ou progesterona. Com isso, a doença não responde a hormonioterapia, por exemplo. 

Nesses casos, a cirurgia é a única opção de tratamento, mas apenas quando o tumor ainda não se disseminou para outros órgãos. Nos casos em que o câncer já se espalhou (estágio IV), a quimioterapia é frequentemente usada.