O Plano Brasil Sem Fome, que será lançado nesta quinta-feira (31) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Piauí, terá como uma das metas a redução da fome nas periferias dos municípios brasileiros. A explicação é da secretária Extraordinária de Combate à Fome do Ministério do Desenvolvimento Social, Valéria Burity.
Durante a apresentação do programa nesta quarta-feira (30) no Palácio de Karnak, a secretária do MDS explicou que o Brasil Sem Fome reúne metodologias baseadas em outros programas dos governos Lula e Dilma, no entanto, voltado para o novo cenário do período de pós-pandemia da Covid-19. Entre os dados que o ministério leva em consideração está o que aponta que das 33 milhões de pessoas que passam fome no país, 27 milhões estão nos grandes centros urbanos.
“É um programa de concertação inspirado em outros programas como o Fome Zero, Brasil Sem Miséria, mas atento ao contexto que temos hoje com um grande aumento da desigualdade afetando fortemente em alguns segmentos. A fome está mais presente em residências chefiadas por mulheres, povos de comunidades tradicionais, população de rua, as pessoas que estão passando fome nas cidades”, disse.
Valéria Burity comentou que o Brasil Sem Fome atuará em três eixos distintos (veja abaixo) que vai desde a articulação entre os entes federados para ampliar o Cadastro Único, passando pela política de alimentação no Sistema Único da Assistência Social (SUAS) até a aquisição de alimentos da agricultura familiar. A secretária resume que a força do Brasil Sem Fome está na intersetorialidade.
Uma das integrantes da equipe do MDS que desenvolveu o plano, Luiza Trabuco destaca como medida do programa a política de abastecimento para garantir preços estáveis de alimentos. “Nunca tivemos no Brasil uma política de abastecimento que articulasse vários instrumentos e que tivesse um planejamento para garantir a produção e a distribuição dentro do território brasileiro principalmente dos alimentos básicos para a população. Vimos a fragilidade disso com o preço dos alimentos aumentando muito e o estado sem ter instrumento para atuar sobre isso”, disse.
A secretária estadual da Assistência Social e Cidadania, Regina Sousa, por sua vez, reforçou que a fome está atualmente muito mais presente nas periferias dos municípios do que na zona rural. Porém, ela acrescentou que o homem do campo será beneficiado porque terá a possibilidade de vender sua produção. Ela defendeu que distribuição de cestas básicas não deve ser o foco do Brasil Sem Fome, mas as medidas que garantam a erradicação da fome a longo prazo.
EIXOS DE ATUAÇÃO DO BRASIL SEM FOME
Eixo 1 - Ações de garantia de acesso a renda, promoção de cidadania, políticas públicas de proteção social;
Eixo 2 - Produção e consumo de alimentos saudáveis;
Eixo 3 - Mobilização entre os entes federados e iniciativas da sociedade civil