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Teresina é uma cidade de mulheres. É isso o que apontam os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os números revelam que a capital piauiense possui 55 mil mulheres a mais do que homens. Proporcionalmente, é como se houvesse 88,1 homens para cada grupo de 100 mulheres vivendo em Teresina.
Para efeito de comparação, a proporção estadual entre as pessoas do sexo masculino e feminino é de 95,8 homens para cada grupo de 100 mulheres. Em números absolutos, o Piauí possui 70 mil mulheres a mais do que homens.
Segundo o IBGE, dentre os municípios do Piauí, pelo menos 135 apresentam uma população maior de homens do que de mulheres. O destaque vai para a cidade de Pavussu, a 410 Km da capital, onde há 113 homens para cada grupo de 100 mulheres.
Outros 89 municípios, ao contrário, apresentaram uma proporção maior de mulheres na população do que de homens, com o destaque para Teresina.
Cidades como Joca Marques e Miguel Leão apresentam uma proporção praticamente igual entre homens e mulheres.
Essa discrepância entre a população feminina e masculina no Piauí considera aspectos econômicos e envolve o mercado de trabalho. É o que explica Leonardo Passos, presidente nacional do IBGE.
“Cidades pequenas com até 5 mil habitantes é onde geralmente essa razão entre homens e mulheres é maior. Já em cidades maiores como as capitais, isso é inverso, ou seja, a gente já tem um percentual menor de diferença. Vale lembrar que esses dados são importantes para a construção de políticas públicas e redimensionamento de políticas”, explicou Leonardo.
População do Piauí envelheceu nos últimos 40 anos
O Censo Demográfico apontou que a população do Piauí chegou a 2.271.199 habitantes em 2022. O que chama atenção no entanto, não foi o crescimento dos habitantes em si, mas a mudança no perfil etário de quem vive no Piauí. O grupo etário de 65 anos ou mais de idade (idosos) cresceu 189,19% em 42 anos. Em 1980, por exemplo, essa faixa etária representava apenas 3,7% da população piauiense.
Para efeito de comparação, no Censo 2000, os idosos no Piauí representavam 5,7% da população. Em 2010, eles já representavam 7,5% da população. No ano de 2022, essa faixa etária passou a representar 10,7% da população piauiense. Com esta proporção, o Piauí ocupa, atualmente, o 8º lugar no ranking nacional de proporção da população idosa. Segundo o IBGE, isso confirma a tendência de envelhecimento dos habitantes do Estado.
Prova disso é a redução da população total entre 0 e 14 anos, que passou de 45,5% em 1980 para 20,8% em 2022. A queda foi de 54,28% na participação total desta faixa etária na população do Piauí. Em contrapartida, a população de 15 a 64 anos cresceu, embora não na mesma proporção que a população idosa. Esta faixa etária, segundo o IBGE, aumentou 34,84% em 42 anos: em 1980, as pessoas de 15 a 64 anos representavam 50,8% dos habitantes piauienses. Hoje, essa faixa etária representa 68,5%.
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É do município de São Félix do Piauí o título de cidade com o maior índice de envelhecimento do Estado. Esse índice é calculado em relação à população de 0 a 14 anos. Quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população. Os dados do Censo Demográfico 2022 revelam que no Piauí a proporção é de 51,1 idosos para cada grupo de 100 crianças. Em São Félix, no entanto, o índice é bem maior que o estadual: 106,5 idosos para cada grupo de 100 crianças.
A cidade com o menor índice de envelhecimento é Baixa Grande do Ribeiro, onde há 20,9 idosos para cada grupo de 100 crianças.
Essa tendência de envelhecimento se verifica em todo o Brasil e não só aqui no Piauí. O Censo Demográfico 2022 mostrou que a população brasileira atingiu 203.080.756 habitantes e que a parcela da população de 65 anos ou mais cresceu 172,5% de 1980 até 2022.