Teresina é uma cidade mesopotâmica. Com uma localização privilegiada, sendo banhada pelos Rio Poti e Parnaíba, a capital piauiense encontrou em seus cursos d’água um caminho para o desenvolvimento tanto urbano, quanto social e econômico. Mas a água representa bem mais que uma fonte de renda ou valorização territorial. É um recurso essencial para a qualidade de vida e a saúde da população. E em uma região marcada pelo calor intenso, cada gota d’água se torna um bem precioso seja para matar a sede, seja para amenizar a temperatura e trazer bem-estar ao teresinense.
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Mas uma geografia privilegiada nem sempre significa abundância se os recursos disponíveis não são bem manejados. Em um cenário de mudanças climáticas, com a temperatura global subindo, os centros urbanos se expandindo e a cobertura verde reduzindo, a gestão sustentável das fontes hídricas tem um papel fundamental para a preservação da vida. E para garantir que esta fonte não seque, literalmente, a tecnologia se torna uma grande aliada.
A água que chega às torneiras do teresinense corre no leito do Rio Parnaíba. Contudo, entre a fonte natural e o encanamento nas casas, há todo um mecanismo que permite que tudo que o rio oferece seja devidamente aproveitado. A ideia do desperdício zero aliada à eficiência é a receita para matar a sede de quem vive na Cidade do Sol.
A capital piauiense conta com duas Estações de Tratamento de Água (ETAs). A mais antiga, a ETA Sul, abastece cerca de 80% da cidade e foi construída ainda na década de 1970. A ETA Norte, inaugurada em 2018, veio para complementar essa produção e dar mais fôlego ao sistema de abastecimento de modo a evitar a falta de água para a população.
Hoje, Teresina produz quase 300% mais água que o mínimo necessário para cada habitante. A conta é simples: organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU) recomendam que, para atender às necessidades básicas de consumo, higiene e saneamento, são necessários de 50 a 100 litros de água por pessoa por dia, levando em conta um indivíduo adulto. Só a ETA Sul de Teresina produz, em média, 11 mil metros cúbicos de água a cada hora. Isso é o equivalente a 11 milhões de litros de água/hora, o que soma 264 milhões de litros/dia.
Conforme o Censo Demográfico do IBGE 2022, Teresina possui atualmente pouco mais de 900 mil habitantes. A média de água produzida para cada um fica em torno 292,46 litros. Ou seja, o volume de água gerado para cada habitante na capital piauiense está quase três vezes acima do mínimo necessário segundo a ONU e a OMS. Os dados são da Diretoria Operacional da Águas de Teresina.
“É um abastecimento bem grande. Fazemos uma captação de uma derivação no Rio Parnaíba e tem sistemas de bombeamento que bombeiam essa água para nossa ETA. A ETA Sul foi construída em 1970 e, de lá para cá, recebeu diversas modernizações. Fizemos revitalizações na estação, trocamos material filtrante, trocamos válvulas que estavam antigas e que não manobravam direito. Fizemos isso por completo para poder garantir a qualidade no abastecimento e atender aos padrões de potabilidade que são diferentes dos padrões de quando a ETA foi construída lá atrás. Readequamos a estação para poder atender a todos os padrões de potabilidade estabelecidos”.
Quem diz isso é o gerente de operações da Águas de Teresina, Murilo Formiga. Ele explica que para garantir que não falte água na torneira do teresinense, o sistema funciona de acordo com a demanda. Isso evita, inclusive, as perdas, o que permite um maior aproveitamento de toda a potencialidade da rede. Quando a concessionária assumiu os serviços de água e esgotos de Teresina, a capital tinha um índice de perdas de 65%. Hoje, este mesmo índice gira em torno de 29%.
“Reduzimos o volume de água que era perdido e focamos na distribuição de água. Monitoramos 24 horas o abastecimento de água na cidade e sabemos qual região demanda mais água e qual não durante todo o ano, inclusive com as variações semanais. Então sabemos quais áreas precisam de mais água no fim de semana, qual consome menos, quais os horários de maior consumo. Tudo isso é monitorado pelo nosso Centro de Controle Operacional. Monitoramos o volume de água que vai para cada região da cidade e então conseguimos distribuir essa água de uma forma melhor e mais eficiente”, resume Murilo Formiga.
Por exemplo, durante o fim de semana, o consumo de água no Centro de Teresina é menor em relação aos bairros, porque o centro comercial está fechado. Em compensação, a demanda nas regiões Norte, Sul, Leste e Sudeste aumenta por haverem mais pessoas em casa. O consumo varia conforme a época do ano e o local que se observa.
Um sistema quase que autorregulável permite não só que haja sempre água nas torneiras. Permite também a abundância. Onde antes havia falta, há uma produção excedente que garante um abastecimento constante e regular. Quem sabe bem disso é a aposentada Maria da Conceição da Silva, moradora do bairro Parque Piauí, zona Sul de Teresina. Dona Maria é uma das primeiras moradoras da região e lembra como era conviver com a constante falta d’água, especialmente nos meses mais quentes do ano.
“A gente ficava de dois a três dias sem água. Como eu sempre trabalhei lavando roupa, era difícil quando faltava. O jeito era pegar os baldes e sair pedindo nas escolas aqui perto. Os vizinhos se juntavam e saíam num mutirão para trazer água. Era difícil, porque era de onde eu tirava meu sustento. Não dava para pegar as roupas dos clientes e levar para a escola para lavar, então o jeito mesmo era trazer balde por balde. Fora que ainda tinha que pegar água para cozinhar, banhar e beber. A coisa só veio melhorar mesmo de uns dez anos para cá”, recorda.
Consumo de água aumenta em até 30% durante o B-R-O-Bró em Teresina
Uma assoprar de camisa ali, um abanar de mão acolá e aquela velha sombra de poste nas paradas de ônibus. Vale tudo para fugir do calor em Teresina, mas nos meses de setembro a dezembro, período mais quente do ano, a situação se agrava ainda mais. Quem vive na capital piauiense já se acostumou ao B-R-O-Bró e chega até a fazer piada da situação. Por mais que os especialistas alertem que naturalizar o calor não é a melhor solução, há sempre aquela piada pronta sobre como o “calor humano em Teresina” é diferente, mais intenso.
A temperatura na capital piauiense aumentou 1,5°C em três décadas, segundo os especialistas. Os dados dão uma ideia da gravidade da situação. Estudo publicado no Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental de Campo Grande (MS) estima que a demanda global por água deve aumentar 55% em 2050, o que aponta para um acirramento entre a geração de energia, abastecimento urbano e produção de alimentos. A nível local, esses efeitos já são sentidos.
O consumo de água em Teresina costuma aumentar até 30% durante o B-R-O-Bró, de acordo com a Águas de Teresina. Esse incremento da demanda está diretamente relacionado ao aumento do calor e à necessidade da população de matar a sede e se refrescar com mais frequência, além de tornar os ambientes internos mais termicamente confortáveis. O teresinense busca criar dentro de seus lares microclimas para suprir um pouco as falhas do ecossistema. A água é um bem essencial para isso.
O geógrafo Rafael Marques, doutorando da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em Gestão Ambiental e Geoprocessamento, explica que a mudança da temperatura local tem a ver com a perda da vegetação e a perda do poder de evaporação da umidade onde está localizada a cidade. Isso também afeta a qualidade natural da água, algo que vem sendo superado a cada dia pelo incremento dos sistemas de abastecimento.
“A questão climática por si só já afeta as ações socioeconômicas de uma cidade. E a água é um dos elementos que mais têm alteração em virtude de chover menos, em virtude da redução do poder de depuração dos rios e corpos hídricos. Vai chover muito menos, vai armazenar muito menos água no solo. Vai reduzir a capacidade hídrica de fluxo e drenagem dos corpos hídricos. Daí a necessidade de se ter um sistema de captação e abastecimento bem mais robusto que é para dar conta dessas deficiências”, explica.
Hoje, a ETA Sul, que abastece a maior parte de Teresina, trabalha com folga no período chuvoso e essa folga faz diferença durante o B-R-O-Bró, quando o sistema é bem mais demandado.
Entre as tecnologias que dão mais robustez a este sistema estão a automação e a telemetria, que dizem exatamente para onde a água deve ser enviada conforme a demanda. Isso evita água demais no sistema em locais e momentos de menor consumo, o que evita, consequentemente, o risco de vazamentos na rede e o desperdício. O CCO (Centro de Controle Operacional) liga e desliga, aumentando e diminuindo a pressão conforme as variações do sistema, distribuindo a água de forma mais eficiente e reduzindo as perdas.
E a rede cresce conforme a cidade cresce. Atualmente, são 3.142 km de rede de água e outros 760 km de rede de esgoto. Contudo, ainda assim, há quem aguarde por água potável em suas torneiras. É o caso de Sebastião Rodrigues. Morador do Residencial Lindalma Soares, na zona Norte da capital, ele faz parte da parcela da população teresinense que ainda vive à margem do sistema de abastecimento de água. No assentamento, a posse do pedaço de terra em que vivem centenas de famílias, incluindo o seu Sebastião, não resolveu os problemas enfrentados pela comunidade. Quem caminha pelo residencial se depara com a situação precária com a qual os moradores precisam conviver, como ruas sem pavimentação, esgoto a céu aberto e, principalmente, a falta de água potável.
“A gente já passou até oito meses sem água aqui. É horrível, muito calor. A gente precisa tomar um banho, lavar uma vasilha e nada de ter água. Nesse período agora, de B-R-O-BRÓ, o calor aumenta e a gente precisa tomar banho umas quatro vezes por dia, mas sem água fica difícil”, relata.
Uma das alternativas encontradas pelos moradores para suprir a falta de água foi ir direto à fonte. A ocupação está localizada às margens do Rio Parnaíba e este rio, o mesmo que abastece os sistemas de água da capital, foi o que garantiu o abastecimento, mesmo que precário, dos reservatórios dos moradores por um bom tempo. Com auxílio de baldes, os moradores precisam caminhar cerca de 1 km para buscar água no Velho Monge. Contudo, a poeira e o acesso difícil, são algumas das dificuldades encontradas por quem precisa diariamente de água para as necessidades básicas.
“Até pouco tempo atrás a gente pegava água no rio. Tinha dia que eu ia até cinco vezes lá para buscar, com balde na cabeça, porque não dá para trazer muito de uma vez, é longe demais. Mas é muito difícil, até porque a água não é limpa, né? Mas era o que a gente tinha. Depois de um tempo eu cansei de levar o balde na cabeça e tentei cavar um buraco para fazer um poço, mas não deu certo e o poço afundou”, conta Sebastião, mostrando a abertura que precisou ser aterrada por riscos de novos acidentes.
Hoje, os moradores esperam a chegada das ligações regulares para ter alguma dignidade. Enquanto isso, as gambiarras que trazem a água de outros bairros são a alternativa mais viável para quem precisa ter água saindo das torneiras.
“A água da gente aqui agora é por gambiarra. Tem dia que falta, porque essa ligação vem já do Monte Verde. Mas como passa por dentro do terreno, que tem muito animal, o cano quebra e a gente fica precisando de água. Quando falta a gente tem que ficar esperando consertar. Já passou um pessoal da Águas de Teresina aqui fazendo um estudo para fazer a ligação. A gente espera que chegue logo, né? Mesmo que precise pagar a taxa, só de não ficar sem água ou ter que carregar balde na cabeça, a gente já está no lucro”, finaliza.
Mudanças no ciclo hidrológico levam às inovações
As previsões climáticas para o futuro estão no limiar entre o realismo e o alarmismo. É isso o que afirma o geógrafo Rafael Marques, para quem as notícias não são nada animadoras. Relatório da Agência Espacial Europeia divulgado no segundo semestre de 2024 aponta o aumento da emissão de gases do efeito estufa, como o carbono e o metano. O aquecimento da atmosfera, principalmente em pontos do hemisfério Norte e também no hemisfério Sul, será sentido pelo aumento nas queimadas a nível de continentes.
A projeção é que, para os próximos dez anos, a temperatura global varie na escala positiva de 1,6°C. O aumento do calor leva ao aumento da demanda por água ao mesmo tempo em que afeta o ciclo da chuva e o ciclo hidrológico com a mudança de temperatura dos oceanos. As escalas variam de forma proporcionalmente inversa, aumenta a necessidade de consumir água enquanto o armazenamento de água na natureza diminui em razão das alterações nas chuvas.
É aí que entra a habilidade das agências de produção e distribuição de água em fazer um bom uso dos recursos naturais disponíveis. Não basta só a população usar racionalmente. A distribuição também tem que seguir a mesma linha para não alterar mais do que já está alterada a circularidade da água.
Estas adequações já estão a caminho, ainda que de maneira experimental. Toda inovação parte de um experimento advindo da observação da realidade à volta. Andressa Maria e Wenner Batista, estudantes da rede pública estadual do Piauí, tiveram um olhar mais atento para o que os cerca e apresentaram uma alternativa inteligente de reuso da água em ambientes domésticos para levar conforto térmico a quem vive em Teresina.
Os dois desenvolveram um sistema de hidrobombeamento que reutiliza a água da máquina de lavar para a irrigação do telhado e resfriamento dos ambientes sem depender única e exclusivamente de aparelhos eletrônicos que demandam maior custo de energia. Andressa explica que o projeto se baseia na captação de efluentes de lavagem de roupa, onde se percebeu um dos maiores gastos de água nas residências.
“Existem alguns locais onde as pessoas usam um sistema em cima da casa para simular uma chuva, só que é água potável. A gente pensou, por que não reutilizar essa água que de certa forma já vai ser diluída no esgoto para o bem da população? Principalmente das pessoas mais vulneráveis que não têm condições de ter um ar-condicionado. E foi aí que surgiu a ideia da criação do sistema de bombeamento”, explica Andressa.
Ela e Wenner instalaram o sistema em uma residência no bairro Pedra Mole, que registrava média de 40°C de sensação térmica no calor. Com cinco minutos de sistema ligado, a temperatura ambiente teve redução de 8°C e o que era 40°C foi para 32°C. Wenner Batista detalha como funciona o sistema de resfriamento passo a passo.
“Essa água que sai dos efluentes de lavagem de roupa [lavadoras e pias] vai diretamente para um balde ou para uma caixa d’água. A gente pensou em um processo de filtração para usar essa mesma água para irrigar plantas ou para descarga do banheiro, lavar calçadas ou outros fins que não precisam de água potável. Depois da filtração, tem uma bomba que vai fazer a sucção dessa água do balde para fazer a elevatória para o telhado. Entre o teto e o balde tem uma torneira de onde podemos extrair essa água para outros fins. Mas quando ela chega lá em cima, tem um cano extenso com vários furos para essa água ficar jorrando como se fosse uma chuvinha”, detalha.
À medida que essa água desce do telhado, ela é captada novamente por uma calha que vai jogá-la novamente para o balde, criando um ciclo. É como se o sistema fosse equipado com vida própria para se autorregular, evitar o desperdício e otimizar o reuso da água que seria jogada na rede de esgoto. Daí o nome: Fonte Viva – Renascendo com a Água.
A iniciativa de Andressa e Wenner foi a campeã no começo de 2024 do projeto Pioneiros, desenvolvido pela Águas de Teresina para fomentar o desenvolvimento de soluções inovadoras que envolvem o saneamento e a sustentabilidade sob a tutoria de profissionais da concessionária. O sistema Fonte Viva agora concorre à etapa nacional do projeto Pioneiros, que reúne ações de todas as concessionárias da Aegea, a holding da Águas de Teresina.
O projeto Pioneiros acontece há cinco anos em Teresina e nesta última edição contou com a participação de 30 jovens teresinenses de escolas públicas que vivenciaram por quatro meses a rotina da Águas de Teresina, conhecendo todas as áreas operacionais da empresa para entenderem como funciona a geração e distribuição de água de modo a propor melhorias e inovações para o serviço.
Para o geógrafo Rafael Marques, são iniciativas como estas, que iniciam de forma artesanal, que carregam uma esperança de um futuro mais sustentável. “Mexeu com o clima, mexeu com tudo. Mexe com a sociedade, populações, mexe com a economia, com a infraestrutura, mexe com a saúde. Clima alterado dentro desse componente de emergência climática altera também os elementos de consumo como alimentos, água, o conforto térmico natural. Pensar alternativas para amenizar os efeitos disso tudo é necessário. Não é luxo, é necessidade”, finaliza o geógrafo.
Você conhece a água que chega à sua torneira?
Os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade são regulados pelo Ministério da Saúde por meio da portaria GM/MS nº 888/2021. O documento define os procedimentos de controle de qualidade incluindo sistemas de abastecimento coletivo, soluções alternativas e individuais; estabelece os valores permitidos para os parâmetros da qualidade da água, define as responsabilidades das autoridades públicas e dos entes que atuam no abastecimento, bem como estabelece os parâmetros de monitoramento.
Em Teresina, o controle de qualidade da água acontece em duas etapas simultâneas. O laboratório operacional monitora 24 horas as ETAs, analisando amostragens mínimas de acordo com o número de habitantes da cidade e o número de sistemas de abastecimentos. Na capital há quatro coletores situados em pontos estratégicos para que as amostram sejam colhidas e levadas ao laboratório.
Kennya Martins, responsável pelo laboratório operacional da Águas de Teresina, explica que a portaria federal exige certos parâmetros como quantidade de cloro, pH e turbidez. Entra também a parte da microbiologia. “Essas análises têm que ser feitas diariamente e mensalmente. Dividimos por dias dentro do mês: tem as bimestrais, as trimestrais e as semestrais. As semestrais, nós enviamos para laboratório externo, porque são análises mais complexas de agrotóxicos, por exemplo”, discorre.
Os coletores situados nas quatro zonas de Teresina entram neste processo fornecendo as amostras a serem analisadas. Conforme a portaria vai sendo atualizada, o que acontece regularmente mediante estudos e pesquisas científicas, as dosagens do controle de qualidade vão sendo ajustadas de modo que atendam aos padrões de potabilidade. No final do processo, a equipe faz a comparação do que sai da ETA com o que vai até a torneira do teresinense para atestar o grau de potabilidade.
O controle de qualidade garante que se a água sai da torneira, é própria para consumo em suas mais diversas formas: para o banho, para cozinhar e para beber. Ao lado de um sistema que não para, faça chuva ou faça sol, esse controle permite ao teresinense experimentar um pouco da abundância em um cenário onde a falta vem se tornando a regra.
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