A Prefeitura de Teresina vetou o reajuste de 20,8% para os professores da rede municipal. O percentual, que havia sido aprovado pelos vereadores da cidade, foi considerado muito acima dos 5% propostos pelo prefeito Dr. Pessoa. O veto foi confirmado pelo líder do prefeito, o vereador Antônio José Lira (Avante), nesta terça-feira (2).
A possibilidade de veto do reajuste já estava sendo discutida, conforme revelou o vereador Enzo Samuel (PDT) ao O Dia ainda na semana passada. “O que posso dizer é que a Câmara está aberta ao diálogo. O que a gente espera é o fim da greve, porque todos perdem com isso. O que a gente quer é chegar em um denominador comum e resolver essa situação”, disse o vereador.
O reajuste de 20,8% no salário dos servidores da Educação de Teresina foi aprovado por unanimidade através de Emenda ao projeto apresentado pela Prefeitura. A emenda foi de autoria de um grupo de 10 parlamentares de oposição ao prefeito. Antonio José Lira defendeu a manutenção do veto.
Para Dr. Pessoa, a proposta de reajustar somente em 5% o salário dos professores em Teresina é uma das melhores apresentadas entre todas as capitais brasileiras, o que não justificaria uma concessão de reajuste maior. Concordando com o veto, Antonio José Lira defendeu a sua manutenção.
"Eu avisei que era para colocar emenda que não tinha motivo. O Dr. Pessoa está pagando R$ 1,4 mil a mais que o Governo Federal e R$ 1,3 mil a mais que o Governo do Estado. Politizaram o projeto e quem perdeu foram os professores”, destacou.
Os professores da rede municipal estão em greve há cerca de 30 dias e discordam do percentual de 5% de reajuste estabelecido pela gestão municipal.
Reajuste dos professores custaria R$ 120 mi e impediria aumento de servidores
Em entrevista ao Portal O Dia no mês de março, o secretário de Governo da Capital, Michel Saldanha, afirmou que a concessão do reajuste linear de 20,8% custaria mais de R$ 120 milhões por ano e inviabilizaria o aumento no salário do servidor para quase todas as outras categorias do serviço público municipal.
“A gente recebeu com bastante surpresa a alteração do projeto de lei que foi encaminhado para a Câmara Municipal que trata do reajuste dos professores. O percentual encaminhado pela gestão está acima do piso estabelecido pelo governo federal, mesmo sem aumento para os professores não haveria qualquer lesão em relação ao que foi definido pela lei federal”, afirmou Saldanha.
O gestor revelou em números o impacto que o reajuste terá. “Quando a Câmara faz esse reajuste de maneira desarrazoada, ela simplesmente inviabiliza qualquer reajuste para as demais categoria, ou seja, eu vou ter mais de 10 mil servidores que deixaram de ser beneficiados. Para se ter ideia, caso esse percentual de 20,8% seja aplicado, ele custaria mais de R$ 10 milhões por mês para os cofres municipais, um cálculo de mais de R$ 120 milhões por ano”, disse.