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Prefeitura busca acordo com vereadores para votar orçamento de 2024 nesta semana

Base do governo e oposição divergem sobre áreas importantes e a divisão dos valores previstos no orçamento.

18/12/2023 às 07h58

Uma reunião a portas fechadas no Palácio da Cidade com um grupo de vereadores para tentar solucionar o impasse na votação da lei orçamentária 2024 de Teresina. Foi assim que o prefeito Dr. Pessoa encerrou a última semana. Durante a reunião, flagrada pela equipe do Jornal O Dia, o gestor tentou junto com o líder de governo, Antônio José Lira (Republicanos), alinhar quais mudanças serão aceitas no projeto do orçamento.

No projeto encaminhado para a Câmara Municipal, a Prefeitura estima a receita e fixa a despesa do município de Teresina para o exercício financeiro de 2024. De acordo com o documento a expectativa é que a receita total da capital seja de R$ 5.576.894.000,00 (bilhões). Comparado ao orçamento de 2023, de R$ 4,5 bilhões, o documento apresenta uma evolução da ordem de 22% nas receitas da capital, um bilhão a mais em receita total estimada para este ano.

No projeto encaminhado à Câmara, a Prefeitura estima receita para o exercício financeiro de 2024 - (Jailson Soares/O Dia) Jailson Soares/O Dia
No projeto encaminhado à Câmara, a Prefeitura estima receita para o exercício financeiro de 2024

Deste montante, R$ 2.350,1 bilhões referem-se a recursos ordinários do tesouro e R$ 3.226,7 bilhões a outras fontes de recursos vinculados, destinados a projetos e atividades específicos. Em termos percentuais, pode-se verificar que, do total das receitas, 42,1% referem-se a recursos ordinários do tesouro e 57,9% a outras fontes de recursos vinculados.

O impasse junto aos vereadores ocorre pela alocação de recursos em duas áreas específicas, na Saúde e na Educação. Pelo texto original a Fundação Municipal de Saúde terá uma receita prevista em 2024 de R$ 1.6 bilhão, correspondendo a 28,9 % do orçamento total. Já a Secretaria Municipal de Educação terá um orçamento de R$ 1.2 bilhão, 21,6% das receitas totais. O percentual alocado na saúde ficará abaixo dos primeiros anos de governo de Dr. Pessoa, quando o valor ultrapassou a casa dos 32% do orçamento puxado principalmente pelos gastos com a pandemia.

Impasse junto aos vereadores ocorre pela alocação de recursos na Saúde e na Educação - (Marcello Casal Jr./Agência Brasil) Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Impasse junto aos vereadores ocorre pela alocação de recursos na Saúde e na Educação

Diante do cenário de dificuldades enfrentado pela gestão na área da saúde este ano, tendo até mesmo uma abertura de crédito suplementar de R$ 147 milhões para a FMS, o relator do texto, vereador Alan Brandão (PDT), confirmou que seu relatório apresentará mudanças em algumas áreas.

“Estamos nesta parte final de análises das emendas. Acredito que o relatório final será apresentado até segunda e o presidente pautará na terça ou quarta já para a votação no plenário. A saúde é um dos pontos que a gente bateu, o orçamento já veio com um valor maior para a saúde. Temos áreas importantes como educação, defesa civil, secretaria da mulher, juventude, dentre outras pastas. Vamos ajustar para que seja um orçamento realmente para a cidade de Teresina”.

Alan BrandãoVereador de Teresina

Já o líder de Governo, Antônio José Lira, esclareceu que o objetivo será evitar desgastes entre os parlamentares.

“O presidente Alan Brandão está tentando um entendimento, tanto com os vereadores, como com o Palácio da Cidade para que se chegue no dia da votação e se evite o máximo de desconforto e qualquer eventual desentendimento entre os parlamentares. O Alan está filtrando e esses entendimento irão avançar até o dia 20 que é o último dia de sessão”, concluiu o vereador.

Antônio José Lira, líder do prefeito na Câmara - (Assis Fernandes / O DIA) Assis Fernandes / O DIA
Antônio José Lira, líder do prefeito na Câmara

“Os erros de 2023 não podem se repetir”, aponta oposição

Insatisfeitos com os problemas enfrentados pelo município, os vereadores de oposição criticaram a forma como as alterações do orçamento estão sendo propostas na Câmara. Para o Aluísio Sampaio (PP) os erros deste ano não podem ser cometidos em 2024.

“A oposição aqui na Câmara é construtiva, ela só quer que não aconteça os erros que aconteceram neste ano. Você veja, por exemplo, nós tivemos que fazer um remanejamento milionário para a saúde por que não planejaram direito lá. O prefeito deve se debruçar melhor para priorizar na gestão o que ele quer cobrir. O lençol vai ser curto e estamos vendo cada um olhando somente para as suas secretarias. Se isso acontecer nesse varejo a Prefeitura vai ter dificuldade”, finalizou.