Professor de História e escrivão de polícia aposentado, seu Agenor de Almeida Nunes, de 86 anos, vive hoje uma rotina muito diferente de alguns anos atrás. Natural de Batalha, Piauí, ele trabalhou na segurança pública por 16 anos até seguir para o magistério, seu grande sonho. Mudou-se para Teresina, onde cursou História, e tornou-se professor de uma das maiores escolas da capital, ajudando na formação de centenas de alunos, muitos, inclusive, com posições de destaque no Piauí.

Há alguns anos, seu Agenor estava desacreditado, mal caminhava e interagia. Foi quando conheceu o fisioterapeuta Antônio José Gama (31).
Como se diz no interior, eu estava praticamente ‘no fundo da rede’. O Antônio me deu assistência e tive muito sucesso. Hoje, caminho sem andador e isso tudo eu devo a ele. Eu estava esmorecido e desacreditado, e agora penso diferente
A mudança na vida de seu Agenor iniciou em 2023, quando passou a receber, três vezes por semana, a visita do fisioterapeuta Antônio José. Oferecendo um atendimento em domicílio humanizado e voltado para a geriatria, o profissional começou com caminhadas leves, exercícios respiratórios e de fortalecimento muscular. As sessões duram cerca de uma hora, mas os benefícios ultrapassam o aspecto físico. “Temos que ser mais do que o fisioterapeuta. Às vezes, somos alguém da família, um ouvinte, um amigo. Temos que estimular e animar para que o paciente absorva o máximo possível do tratamento”, explica Antônio.
Essa conexão emocional fez toda a diferença para seu Agenor. O ambiente leve, com piadas e conversas, transforma a sessão de fisioterapia em um momento de descontração. Apesar do bom humor, o caminho não foi simples. Seu Agenor costumava fazer caminhadas na rua de casa, mas, após sofrer uma descompensação, necessitou de internação. Ao retornar para casa, todo o trabalho precisou ser reiniciado praticamente do zero.

“Ele não podia mais andar lá fora, então adaptamos os exercícios para dentro de casa, fazendo caminhadas e dando algumas voltas ao redor do carro. O foco é garantir que ele tenha autonomia dentro do lar: levantando da cama, caminhando até o sofá, tomando banho sozinho”, conta Antônio.
As sessões são adaptadas conforme as necessidades do paciente e as condições do dia. “Se o paciente não dormiu direito na noite anterior, não tomou os remédios ou o café da manhã, isso pode prejudicar o desenvolvimento da sessão. Por isso, é essencial essa escuta e sensibilidade”, explica o fisioterapeuta.
Com a experiência de quem atende dezenas de idosos diariamente, o profissional destaca a peculiaridade de seus pacientes, além dos desafios encontrados em cada lar que visita.
Muitos dos meus pacientes enfrentam depressão, ansiedade, isolamento e doenças como Alzheimer. Por isso, o vínculo é fundamental. Sem confiança e amizade, o tratamento não flui
Hoje, seu Agenor não só voltou a andar sem andador, como também recuperou o gosto pela vida. Ele brinca, conversa e compartilha histórias com o fisioterapeuta que virou amigo. Ter esse cuidado, escuta e afeto, segundo Antônio, reflete diretamente na saúde e no desempenho de seus pacientes.

“Para muitos [pacientes], quando a fisioterapia chega, acaba sendo um alívio para eles, por terem uma companhia e alguém para conversar. Mas acontece de alguns pacientes ficarem mais isolados e eu, como profissional, preciso entender que não é todo dia que eles estão animados para fazer as atividades, mas com a conversa e com a realização dos movimentos, vamos conseguindo realizar o nosso trabalho com dedicação”, explica.
E em meio a tantos atendimentos, o que não faltam são histórias. Antônio costuma gravar vídeos mostrando sua rotina com os pacientes, gerando cenas e situações divertidas. Com o convívio quase que diário, a relação paciente-profissional se estende, nascendo também uma amizade. “Como eu entro na casa dos pacientes, querendo ou não, a gente entra também na intimidade dessa família e, em algumas delas, a gente acaba se sentindo parte da família também”, comenta.
Jornal O Dia como aliado do corpo e da mente
A rotina de seu Agenor começa cedo. Antes mesmo da fisioterapia começar, ele já está com o Jornal O Dia em mãos. Assinante há 18 anos, ele faz questão de ler o impresso todos os dias. Entre suas leituras preferidas estão as colunas de política e, claro, a de esportes.
“Eu sou assinante há muitos anos do Jornal O Dia, e leio o impresso todos os dias. Como sou palmeirense e gosto muito de esportes, sempre acompanho a coluna do Garrincha, ‘Prego na Chuteira’, e também as notícias de política”, disse seu Agenor de Almeida Nunes.

A leitura ajuda seu Agenor não somente a se manter informado, mas também na sua memória e no seu cognitivo. O fisioterapeuta Antônio José Gama comenta que esses hábitos influenciam diretamente nos resultados positivos do tratamento dos pacientes.
“Antes de eu chegar, seu Agenor já tem lido o jornal, trabalhando a mente, o cognitivo e o raciocínio. Seu Agenor é extremamente consciente e orientado, com autonomia de dizer o que sente, e conversando sobre os assuntos atuais. Quando eu chego, ele me conta as notícias e isso deixa ele mais ativo para trabalhar sua mente”, conclui o fisioterapeuta.
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