Kelly Sousa, a jovem que teve o corpo queimado após seu namorado atear fogo no carro em que ela estava, no bairro Promorar, zona Sul de Teresina, não resistiu aos ferimentos e morreu nesta segunda-feira (22). A informação foi confirmada pelo Hospital de Urgências de Teresina (HUT), onde Kelly estava internada.
O crime do qual Kelly foi vítima aconteceu no dia 09 de janeiro. Segundo a polícia, houve uma briga entre a vítima e seu namorado, identificado apenas como Cleiton. Na ocasião, ele incendiou o carro com ela dentro. Uma idosa de 80 anos, que seria mãe de Kelly e teria tentado intervir na briga, também ficou ferida e sofreu queimaduras leves na perna.
A situação foi presenciada pela irmã de Kelly, Maria Moraes. De acordo com ela, o carro chegou a explodir tomado pelas chamas. “Eu acredito que deva ter sido uma crise de ciúmes por parte do meu cunhado. O carro foi rapidamente consumido pelas chamas e teve perda total”, explicou Maria.
Além de Kelly, Cleiton também ficou ferido. Eles foram socorridos pelos vizinhos, que ouviram os gritos e viram a fumaça subindo do carro pegando fogo.
O Hospital de Urgências de Teresina não deu detalhes a respeito da causa mortis exata de Kelly. Ela deu entrada na unidade de saúde com ferimentos graves e queimaduras por todo o corpo.
Teresina teve duas travestis assassinadas no fim de 2023
O assassinato de Kelly Sousa é o segundo de uma pessoa da comunidade LGBTQIAP+ registrado em Teresina em pouco mais de um mês. No dia 10 de dezembro, a travesti Paloma da Silva, 34 anos, faleceu no HUT após ser encontrada com marcas de espancamento na cabeça. Três meses antes, outra travesti, de nome Samara Amaral, foi morta a tiros no bairro Parque Alvorada.
Na ocasião, o Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis (GPTrans) se manifestou sobre a situação e disse que estaria vigilante quanto à apuração dos casos para garantir que os responsáveis pelos crimes fossem punidos.