Atualizada às 14h34
A delegada Milena Caland, da Delegacia de Direitos Humanos e Defesa Institucional da Polícia Federal, explicou o teor da investigação que culminou na deflagração da Operação Escudo Eleitoral II. De acordo com ela, as prisões, buscas e apreensões, e as suspensões de atividades de agentes públicos tiveram por objetivo desvendar o vínculo entre faccionados e representantes do Legislativo Municipal de Teresina.

A declaração vem após a defesa de Tatiana Medeiros, vereadora e um dos alvos da operação, afirmar que a prisão da parlamentar foi “arbitrária” e “uma maluquice”. A ação que foi deflagrada hoje (03) decorre da Operação Escudo Eleitoral I, que aconteceu em dezembro de 2024, em Teresina, e consistiu em mandados de busca e apreensão em endereços relacionados a membros da Câmara Municipal da Capital. Na ocasião, a Polícia Federal apreendeu R$ 100 mil em espécie no Instituto Vamos Juntos, fundado e coordenador pela vereadora Tatiana Medeiros, que foi presa hoje.
No vídeo divulgado pela Polícia Federal, a delegada Milena Caland explica: “Os mandados foram cumpridos nas cidades de Teresina e Timon, e o objetivo da investigação é analisar os vínculos entre faccionados e representantes do Poder Legislativo Municipal. A investigação de hoje é um desdobramento de uma operação que aconteceu em dezembro de 2024 e o liame dessa investigação é que havia uma relação entre um faccionado e uma então candidata a vereadora em Teresina e os indícios apontavam que houve financiamento ilícito da campanha”, disse a delegada.

Ao todo, a Justiça autorizou a Polícia Federal a cumprir oito medidas judiciais: dois mandados de prisão preventiva (um deles contra a vereadora Tatiana Medeiros), três mandados de busca e apreensão e duas determinações de suspensões de atividades, tanto como funções públicas, quanto como cargos em comissão.
Iniciada às 10h37
Os advogados de defesa de Tatiana Medeiros estão acompanhando a investigação da Polícia Federal, que resultou na prisão da vereadora sob acusação de crime eleitoral e associação com facções criminosas. Em entrevista, os advogados Edson Araújo e Dellano Sousa dizem que não tiveram acesso aos autos do inquérito consideram a prisão de Tatiana arbitrária.
A vereadora afirmou ao advogado que é inocente e a defesa técnica diz que pretende demonstrar isto no decorrer do inquérito. Tatiana foi alvo de um mandado de prisão preventiva e de busca e apreensão. À imprensa, o advogado Edson Araújo disse que ela “está de cabeça erguida e é uma mulher corajosa”. Ele questionou a acusação feita pela Polícia Federal de que Tatiana teria cometido crime eleitoral ao supostamente usar dinheiro oriundo do crime para financiar sua campanha.

“Como crime eleitoral se não tem eleição? É uma maluquice isso. Sinceramente é uma maluquice. O inquérito policial se prolonga desde setembro e em abril de 2025 estão procurando compra de votos. Não tem sentido. Não tivemos ainda acesso aos autos, mas o que está lá é uma decisão completamente arbitrária, porque não tem os motivos para uma prisão preventiva. Ela não ameaça a investigação, sempre esteve à disposição e não tem nenhum dos requisitos para isso”, dispara Edson Araújo.
Quando questionado sobre a relação de Tatiana Medeiros com Alandilson Cardoso Passos, namorado dela e preso por associação criminosa no ano passado, o advogado preferiu não tecer comentários por não advogar por Alandilson.

No cumprimento do mandado de busca na casa da vereadora, a PF apreendeu o celular e o tablet dela, mas ambos os aparelhos já foram restituídos, porque, segundo a defesa, não guardavam nada que relacionasse Tatiana ao objeto da investigação. Ela permanece recolhida à sede da Polícia Federal, mas seus advogados disseram que já se reuniram com a banca defensiva para tomarem a medida que acharem cabível.

OAB-PI diz que não foi notificada e pode pedir nulidade da prisão
A OAB-PI, por meio de sua Comissão de Prerrogativas, está acompanhando a prisão de Tatiana Medeiros e disse que não foi notificada pela Polícia Federal da ação, o que viola os direitos e garantias dos advogados, como é o caso da vereadora. Presidente da Comissão, Leonardo Queiroz, lembra que Tatiana Medeiros exerce a advocacia e que, portanto, deve ter suas prerrogativas respeitadas. Como não houve comunicação institucional à Ordem, a Comissão de Prerrogativas pode pedir a nulidade da prisão da vereadora.

“Entendemos que houve sim uma infração legal e dessa forma iremos adotar as medidas cabíveis, onde é possível inclusive a anulação eventualmente deste caso. Nós, institucionalmente, estamos aqui para assegurar as defesas das prerrogativas”, explica Leonardo Queiroz. A legalidade da prisão de Tatiana Medeiros será verificada na audiência de custódia que acontece amanhã (04). Até lá, a OAB vai pedir que a vereadora fique alojada na Sala de Estado Maior, na superintendência da PF.
Operação Escudo Eleitoral
A Polícia Federal deflagrou hoje (03) a Operação Escudo Eleitoral para investigar crimes de compra de votos e suposto uso de dinheiro oriundo de facções criminosas para financiar campanhas eleitorais em Teresina. Foram cumpridos oito mandados judicias entre prisão preventiva, busca e apreensão e afastamento de cargo público. A vereadora do PSB, Tatiana Medeiros foi alvo da ação, tenso disso presa em sua residência no bairro Ininga.

Além dela, a polícia investiga, também, servidores comissionados da Câmara Municipal de Teresina, da Assembleia Legislativa do Piauí e da Secretaria Estadual de Saúde.
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