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Cirurgia bariátrica ou metabólica: saiba os benefícios e contraindicações

Além da perda de peso, a cirurgia bariátrica ou metabólica também ajuda a controlar a hipertensão, o colesterol, e traz diversos benefícios ao paciente.

15/08/2024 às 09h04

A cirurgia bariátrica, também chamada de metabólica, consiste em um procedimento para tratar casos de obesidade grave, reduzindo o tamanho do estômago ou alterando o trato digestivo, limitando a quantidade de alimento que pode ser ingerido ou absorvido. Esse método auxilia na liberação de hormônios que diminui a fome e aumenta a saciedade, ajudando na perda significativa de peso.

O procedimento cirúrgico é indicado para paciente com índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 Kg/m2 e que não consegue controlar outras doenças provocadas pela obesidade, como a diabetes tipo 2. Além da perda de peso, a cirurgia metabólica também ajuda a controlar a hipertensão, o colesterol, e traz diversos benefícios ao paciente.

Cirurgia bariátrica ou metabólica: saiba os benefícios e contraindicações - (Reprodução/Pixabay) Reprodução/Pixabay
Cirurgia bariátrica ou metabólica: saiba os benefícios e contraindicações

O cirurgião do aparelho digestivo, Mário Herman, explica que as técnicas foram sendo aperfeiçoadas ao longo dos anos e, atualmente, entende-se o procedimento como uma cirurgia neurohormonal. “Causamos uma mudança no ponto de ajuste corporal do paciente através da anatomia do estômago ou do intestino, que promove a liberação de hormônios e neurohormônios, desencadeando a interação do corpo com o alimento. Ou seja, é uma cirurgia muito mais cerebral do que intestinal. Operamos a barriga, mas a ação maior está no cérebro”, comenta o médico.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade de Cirurgia Bariátrica definiram os critérios para quem pode realizar a cirurgia. No Brasil, estão aptos a realizar o procedimento: paciente maior de 18 anos; paciente entre 16 a 18 anos, é necessário ter o consentimento dos pais ou responsável e do endocrinopediatra; boas condições clínicas cardiovasculares; tentativas clínicas com reganho de peso em até dois anos e Índice de Massa Corporal (IMC) que defina o grau de obesidade.

A cirurgia bariátrica muda a vida do paciente. Para alguns, chega a ser considerada como uma nova data de aniversário.

Mário HermanCirurgião do aparelho digestivo

A obesidade é definida em três graus: IMC entre 30,0 e 34,9 Kg/m2: obesidade grau I; IMC entre 35,0 e 39,9 Kg/m2: obesidade grau II; IMC maior do que 40,0 Kg/m2: obesidade grau III (obesidade mórbida). Além de considerar esses critérios, o profissional precisa avaliar as doenças que esse paciente tem e estão associadas à obesidade, como hipertensão, diabetes, problemas articulares, transtorno de ansiedade, entre outras patologias.

“Paciente que tem obesidade grau III, associado com o critério de falha no tratamento clínico, já tem indicação cirúrgica. O paciente com obesidade grau II, tem que possuir alguma comorbidade. O paciente com obesidade grau I pode realizar a cirurgia bariátrica, desde que possua patologias como diabetes avançada e faça uso de diversas medicações”, explica o cirurgião do aparelho digestivo.

Mário Herman, cirurgião do aparelho digestivo - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Mário Herman, cirurgião do aparelho digestivo

Mário Herman ressalta que a cirurgia não é indicada apenas em casos onde o paciente tenha patologias que contraindiquem outros procedimentos cirúrgicos, como uma doença cardiopulmonar que não tolere anestesia, ou que essa paciente possua uma psicopatologia mental grave.

Paciente deve incorporar hábitos saudáveis para manter sucesso do procedimento

A obesidade é considerada uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo. O psicológico é um dos fatores que pode ter relação direta com a doença, logo, o paciente que realizará o procedimento deve ser acompanhado por multiprofissionais.

“A cirurgia bariátrica é uma mudança radical e que exige um preparo pré-operatório, passando por diversos profissionais que devem emitir um laudo certificando que o paciente está apto para essa nova cirurgia e nova vida. Quando muda esse ponto de ajuste corporal, a pessoa começa a interagir diferente com o alimento, com a atividade física, equilibra a saciedade e o corpo começa a responder melhor às atividades físicas, ganha disposição, além de melhorar a autoestima”, destaca o cirurgião do aparelho digestivo, Mário Herman.

Cirurgião Mário Herman explica como é feita a cirurgia metabólica - (Assis Fernandes/O Dia) Assis Fernandes/O Dia
Cirurgião Mário Herman explica como é feita a cirurgia metabólica

Nessa lista de profissionais, cinco deles ganham destaque: o nutricionista, que irá preparar esse paciente para perder alguns quilos antes da cirurgia e nas dietas pós-operatório; o psicológico, que tem uma função importante nesse processo, não somente antes e durante, mas após o procedimento cirúrgico. Afinal, é esse profissional que identificará se esse paciente tem alguma compulsão que precisa ser corrigida previamente, além de ajudá-lo a entender o processo de mudança, trabalhando a diferenciação do que é fome e o que é a vontade de comer, entre outros aspectos; o endocrinologista clínico; o cardiologista e o pneumologista.

“O nutricionista e o psicólogo precisam fazer parte da rotina do paciente, pois a obesidade é uma doença que não tem cura, mas tem tratamento e controle, e o melhor método para os pacientes que têm indicação é a cirurgia bariátrica, por ela gerar essa mudança multifatorial e permanente. Por isso a necessidade desse acompanhamento pós-operatório”, cita.

Sucesso da cirurgia metabólica pode chegar a 95%

A taxa de sucesso da cirurgia metabólica é alta, ficando acima de 95%, segundo o cirurgião do aparelho digestivo, Mário Herman. O especialista destaca que, após o procedimento, a estimativa é que o paciente perca, pelo menos, metade do excesso de peso que possuía. De modo geral, 80% dos pacientes conseguem manter a boa perda de peso a longo prazo.

Dentre os procedimentos bariátricos mais comuns, duas se destacam: o sleeve e o bypass. O sleeve (gastrectomia vertical), no qual é feito um grampeamento do estômago, que retira 85% do reservatório gástrico. Com essa retirada, o paciente tem uma câmara gástrica menor, fazendo com que os alimentos cheguem de forma mais rápida no intestino. Isso desencadeia a liberação de diversos hormônios, que agem diretamente na redução da fome, da saciedade e até nos gostos alimentares desse paciente.

Dentre os procedimentos bariátricos mais comuns, duas se destacam: o sleeve e o bypass - (Assis Fernandes/O Dia) Assis Fernandes/O Dia
Dentre os procedimentos bariátricos mais comuns, duas se destacam: o sleeve e o bypass

Já o bypass consiste em uma cirurgia no qual se faz um tubo no estômago, criando um desvio intestinal e dividindo-o em duas partes. Sendo que no “novo órgão” a capacidade de armazenamento é menor, enquanto a segunda fica inutilizada, mas sem causar danos ao paciente. Com esse procedimento, o alimento chega mais rapidamente ao intestino, desencadeando a liberação hormonal.

“Vale lembrar que não existe ‘a melhor cirurgia’. Toda cirurgia é boa e os resultados são parecidos, a técnica vai depender do perfil do paciente. A cirurgia é uma arma para lutar contra a obesidade, mas também depende do paciente, ou seja, se ele aproveita esse estímulo hormonal adquirindo hábitos saudáveis, fazendo atividade física, como a musculação, com uma mudança alimentar e dieta equilibrada, e tendo acompanhamento com nutricionista, ele terá um sucesso enorme na cirurgia”, conclui o cirurgião do aparelho digestivo, Mário Herman.


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