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"Sempre fui inocente", diz Lucélia, solta após laudo descartar envenenamento

Após cinco meses presa, Lucélia é solta e diz que agora vai descansar com sua família.

13/01/2025 às 19h09

Lucélia Maria da Conceição Silva, 54 anos, foi solta nesta segunda-feira (13), após ser acusada de envenenar duas crianças em Parnaíba. Ela estava presa desde agosto de 2024. A polícia efetuou sua prisão após identificar que os cajus entregues às crianças eram dela. Porém, cinco meses depois, o IML confirmou que os cajus analisados estavam livres de substâncias tóxicas, levando à reabertura do caso.

Lucelia Maria da Conceição Silva, suspeita de envenenar crianças em Parnaíba. - (Reprodução) Reprodução
Lucelia Maria da Conceição Silva, suspeita de envenenar crianças em Parnaíba.

Ao ser libertada, Lucélia informou que sempre se disse inocente, mas que só quem acreditava nela era seu advogado e sua família.

“Sou inocente, sempre fui inocente, só quem sempre acreditou em mim foi meu advogado e minha família [...] foi difícil mas eu agradeço muito a deus, agora é só descansar em paz, eu sempre falei a verdade mas não acreditaram, vou pra casa da minha família, estou aliviada”, declarou Lucélia

Em entrevista a veículo de imprensa, o secretário de Segurança, Chico Lucas, afirmou que, caso Lucélia processe o estado, ela deverá ser indenizada pelos danos causados. Ele culpou a morosidade do poder público, explicando que a polícia não dispunha de laboratório e que os reagentes necessários para a análise dos cajus foram adquiridos fora do país, chegando apenas no final de dezembro.

O secretário também destacou que a prisão foi fundamentada em provas testemunhais, incluindo relatos de vizinhos sobre mortes de animais e a descoberta de “chumbinho” na residência da acusada, que inicialmente negou possuir o veneno.

Mulher tem casa incendiada após prisão por suspeita de envenenamento

Após ser presa em agosto de 2024, acusada pela polícia de supostamente envenenar João Miguel e Ulisses Gabriel, Lucélia Maria teve sua residência incendiada por populares em Parnaíba. Durante audiência de custódia, ela negou as acusações. Em sua casa, a polícia encontrou terbufós, a mesma substância detectada no organismo das crianças, além de deltametrina, um composto usado para combater piolhos e ácaros. A polícia afirmou que Lucélia tinha uma convivência difícil com os vizinhos e estaria envolvida no envenenamento de animais na região.

Lucélia teve a prisão em flagrante homologada e foi mantida em prisão preventiva. O inquérito foi concluído em pouco mais de um mês, resultando no seu indiciamento por homicídio.

Lucélia teve sua casa incendiada  - (Divulgação ) Divulgação
Lucélia teve sua casa incendiada

Reviravolta: novos envenenamentos e prisão do padrasto

No dia 1º de janeiro, nove pessoas da mesma família foram envenenadas em Parnaíba. Todas eram parentes de João Miguel e Ulisses. As vítimas deram entrada no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) com sintomas semelhantes aos apresentados pelos dois meninos. Entre as nove vítimas, quatro morreram: Manoel Leandro (tio de Miguel e Ulisses), Igno Davi e Lauane Fontenele (irmãos dos meninos) e Francisca Maria (mãe de Miguel e Ulisses).

Francisco de Assis Pereira foi preso por suspeita de envenenar sua família em Parnaíba - (Reprodução/TV Clube) Reprodução/TV Clube
Francisco de Assis Pereira foi preso por suspeita de envenenar sua família em Parnaíba

Na quarta-feira (08), Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto de Francisca, foi preso suspeito de envenenar a família. Em depoimento, Francisco teria afirmado sentir “nojo” e “raiva” de sua enteada e dos filhos dela. A polícia apreendeu com ele revistas com conteúdo nazista e um baú onde armazenava alimentos separados do restante da família. Francisco nega as acusações.

Após a prisão de Francisco, a polícia foi questionada sobre a situação de Lucélia, presa há cinco meses. O delegado Abimael Silva, que preside o caso, afirmou que se tratam de investigações separadas e que o inquérito dela já havia sido finalizado e remetido à justiça.

A reportagem do Portalodia.com procurou a Polícia Civil para se pronunciar sobre o caso. Por meio de sua assessoria, a delegacia-geral disse que não vai mais se manifestar, apenas a Secretaria de Segurança. Procurada, a Secretaria de Segurança disse que também não vai se pronunciar.


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