Lucélia Maria da Conceição Silva, 54 anos, foi solta nesta segunda-feira (13), após ser acusada de envenenar duas crianças em Parnaíba. Ela estava presa desde agosto de 2024. A polícia efetuou sua prisão após identificar que os cajus entregues às crianças eram dela. Porém, cinco meses depois, o IML confirmou que os cajus analisados estavam livres de substâncias tóxicas, levando à reabertura do caso.
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Ao ser libertada, Lucélia informou que sempre se disse inocente, mas que só quem acreditava nela era seu advogado e sua família.
“Sou inocente, sempre fui inocente, só quem sempre acreditou em mim foi meu advogado e minha família [...] foi difícil mas eu agradeço muito a deus, agora é só descansar em paz, eu sempre falei a verdade mas não acreditaram, vou pra casa da minha família, estou aliviada”, declarou Lucélia
Em entrevista a veículo de imprensa, o secretário de Segurança, Chico Lucas, afirmou que, caso Lucélia processe o estado, ela deverá ser indenizada pelos danos causados. Ele culpou a morosidade do poder público, explicando que a polícia não dispunha de laboratório e que os reagentes necessários para a análise dos cajus foram adquiridos fora do país, chegando apenas no final de dezembro.
O secretário também destacou que a prisão foi fundamentada em provas testemunhais, incluindo relatos de vizinhos sobre mortes de animais e a descoberta de “chumbinho” na residência da acusada, que inicialmente negou possuir o veneno.
Mulher tem casa incendiada após prisão por suspeita de envenenamento
Após ser presa em agosto de 2024, acusada pela polícia de supostamente envenenar João Miguel e Ulisses Gabriel, Lucélia Maria teve sua residência incendiada por populares em Parnaíba. Durante audiência de custódia, ela negou as acusações. Em sua casa, a polícia encontrou terbufós, a mesma substância detectada no organismo das crianças, além de deltametrina, um composto usado para combater piolhos e ácaros. A polícia afirmou que Lucélia tinha uma convivência difícil com os vizinhos e estaria envolvida no envenenamento de animais na região.
Lucélia teve a prisão em flagrante homologada e foi mantida em prisão preventiva. O inquérito foi concluído em pouco mais de um mês, resultando no seu indiciamento por homicídio.
Reviravolta: novos envenenamentos e prisão do padrasto
No dia 1º de janeiro, nove pessoas da mesma família foram envenenadas em Parnaíba. Todas eram parentes de João Miguel e Ulisses. As vítimas deram entrada no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) com sintomas semelhantes aos apresentados pelos dois meninos. Entre as nove vítimas, quatro morreram: Manoel Leandro (tio de Miguel e Ulisses), Igno Davi e Lauane Fontenele (irmãos dos meninos) e Francisca Maria (mãe de Miguel e Ulisses).
Na quarta-feira (08), Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto de Francisca, foi preso suspeito de envenenar a família. Em depoimento, Francisco teria afirmado sentir “nojo” e “raiva” de sua enteada e dos filhos dela. A polícia apreendeu com ele revistas com conteúdo nazista e um baú onde armazenava alimentos separados do restante da família. Francisco nega as acusações.
Após a prisão de Francisco, a polícia foi questionada sobre a situação de Lucélia, presa há cinco meses. O delegado Abimael Silva, que preside o caso, afirmou que se tratam de investigações separadas e que o inquérito dela já havia sido finalizado e remetido à justiça.
A reportagem do Portalodia.com procurou a Polícia Civil para se pronunciar sobre o caso. Por meio de sua assessoria, a delegacia-geral disse que não vai mais se manifestar, apenas a Secretaria de Segurança. Procurada, a Secretaria de Segurança disse que também não vai se pronunciar.
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