O concurso do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí está sendo alvo de uma investigação da Polícia Civil, que deflagrou nesta manhã (22) uma operação para apurar suspeita de fraude no certame. De acordo com a polícia, um investigado tentou fazer a prova, aplicada no último dia 04, no lugar de outro candidato.
As investigações que culminaram na Operação 193 iniciaram no dia da aplicação da prova, quando a equipe de segurança detectou uma tentativa de fraude que foi imediatamente abortada. Estão sendo cumpridos nesta manhã (22) cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária.
Conforme o delegado Yan Brainer, gerente de Inteligência da Polícia Civil do Piauí, apesar da tentativa de fraude, não houve vícios na prova e o concurso seguirá intacto. O candidato que tentou se passar por outro foi identificado na hora e sequer chegou a concluir a prova.
O delegado Ferdinando Martins, da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) recebeu a missão após a Inteligência detectar que um candidato tentou se passar pelo outro. Contudo, a fraude foi evitada porque o fiscal da Nucepe, entidade responsável por realizar o certame, percebeu que a fisionomia do candidato inscrito diferia da fisionomia do candidato que estava lá.
"Ao perceber que havia sido identificado, o suspeito fugiu correndo. O campus era da Uespi. O candidato que tentou se passar por outro é policial penal em São Joaquim de Bicas, em Minas Gerais e já foi candidato a vereador no município e a deputado federal. Havia troca de valores financeiros para que a fraude fosse executada. O candidato de Minas cobrou R$ 25 mil para se passar pelo candidato inscrito, recebendo uma parte adiantada", disse o delegado.
O candidato que se inscreveu no certame e pagou para o outro fosse realizar a prova seu lugar é Guarda Civil Municipal lotado na cidade de Mombaça, no Ceará. Conforme o delegado Ferdinando Martins, os dois suspeitos já se conheciam de longa data e mantinham contato. O Guarda Civil pagou ao Policial Penal R$ 7 mil adiantados para execução da fraude.
Os investigados estão sendo indiciados por tentativa de fraude contra concurso público, mas a polícia está trabalhando para identificar possível crime de organização criminosa.
As diligências acontecem na cidade de Crateús e Mombaça, no Ceará, onde reside e trabalha o Guarda Civil Municipal que se inscreveu no certame e pagaria R$ 25 mil. E também em São Joaquim de Bicas, região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde reside o Policial Penal que realizaria a prova no lugar do cearense.
A Operação 193 é coordenada pela Gerência de Inteligência da Polícia Civil e pela Diretoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública.