O Estado do Piauí registrou um total de 1.946 tentativas de fraudes envolvendo o roubo de identidade e de dados bancários durante o mês de março deste ano. O dado consta em levantamento feito pelo Serasa divulgado esta semana. Em todo o Brasil, foram 272.792 investidas de criminosos contra consumidores e empresas. Só a Região Nordeste responde por 43.781 tentativas de fraude.
Aqui no Nordeste, a Bahia foi o estado que mais se destacou na quantidade de tentativas criminosas de roubar dados de clientes de bancos. Só em março, o Serasa detectou em território baiano mais de 11,6 mil ações. No ranking da região, o Piauí aparece em último lugar, ficando à frente somente de Sergipe no total de tentativas de fraudes junto aos sistemas financeiros. Sergipe registrou 1.716 casos em março.
O Serasa faz um alerta para a quantidade de ocorrências a nível de Brasil. Os especialistas da entidade apontam que as mais de 272 mil investidas criminosas levaram a uma média de uma tentativa de golpe a cada 10 segundos no país. Em comparação com abril, o aumento foi de 15.2%, muito embora em relação a março de 2022 esse número tenha caído 30%.
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Caio Rocha, diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção a Fraude do Serasa, explica o porquê desse aumento nas tentativas de fraude de fevereiro para março. “Fevereiro tem menos dias úteis, o que acaba reduzindo o tempo de atuação dos fraudadores. Um dos fatores que pode ter ocasionado essa queda em fevereiro e aumento em março é a desaceleração da busca por crédito, pois com menos transações acontecendo, as oportunidades desses golpistas diminuem”, diz.
O Serasa aponta que o segmento Banco e Cartões continua sendo o mais afetado por tentativas de golpe no Brasil, representando 46,7% do total de fraudes em março. Para Caio Rocha, isso está ligado ao avanço tecnológico que fez com que as transações em ambiente digital acontecessem em grande quantidade e todos os dias nesse setor, o que aumenta as oportunidades de ataques por golpistas.
“Além disso, se a fraude for efetivada, os golpistas têm certeza de um rápido retorno financeiro, o que torna essa categoria [Bancos e Cartões] uma das favoritas para a aplicação de golpes”, explica o representante do Serasa. Depois de Bancos e Cartões, os setores que mais registram tentativas de fraudes com roubo de dados são os de Serviços (27,2% dos casos), o de Empresas Financeiras (20,5%), o de Varejo (4,2%) e o de Telefonia (1,4%).
O que é o roubo de identidade?
O furto de identidade ou roubo de identidade é um tipo de golpe que leva a prejuízos financeiros, pode acarretar negativação indevida e até mesmo problemas legais para a vítima sem que ela tenha consciência do uso de suas informações. Ele acontece quando alguém pega as informações de uma pessoa, as utiliza e se passa por ela para fazer compras, contratar serviços, abrir contas, além de realizar pagamentos e saques.
Além de adquirir produtos, os fraudadores também usam os dados pessoais do verdadeiro usuário para acessar ou se cadastrar em redes sociais, e-mails e marketplaces para praticar golpes em ambiente digital.
Como acontece o roubo de identidade?
O roubo de identidade pode ocorrer por meio de phishing, ou seja, tentativas de “fisgar” a credencial do usuário através de uma réplica de página, e-mail ou aplicativo. Também pode ser realizado após o fraudador conseguir o login e a senha, monitorando os hábitos dos usuários nas redes sociais.
Os próprios consumidores podem ser descuidados e facilitar a vida de golpistas quando compartilham informações pessoais em aplicativos ou sites acreditando que se trata de canais oficiais de empresas ou instituições financeiras que confia.
Como se proteger do roubo de identidade?
O primeiro passo é proteger seus dados e verificar a reputação das empresas com quem você se relaciona. É preciso também ter cuidado com links compartilhados em grupos de mensagens de redes sociais ou SMS. Muitos deles podem ser falsos e direcionar para páginas criadas por cibercriminosos e ainda conter vírus que invadem os celulares das vítimas.