Na manhã desta quarta-feira (21), o Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) deflagrou a ‘Operação Juros Altos’, que resultou na prisão de dez pessoas envolvidas em crimes de agiotagem, lavagem de dinheiro, extorsão, tráfico de drogas e associação criminosa em São Raimundo Nonato, no sul do Piauí. A ação teve como alvo um núcleo familiar que, segundo as investigações, praticava atividades ilícitas na região.
Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão, em diferentes localidades, incluindo São Raimundo Nonato, Teresina, Timon (MA) e São Paulo (SP). A operação desarticulou uma organização criminosa formada pelos irmãos Luís Gonzaga de Oliveira, Tomaz Oliveira Gomes e Joel de Oliveira Gomes, suas esposas e um cunhado, que tinham funções bem definidas dentro do grupo.
Entre os suspeitos, Joel de Oliveira Gomes é apontado como o principal responsável pela lavagem de dinheiro, enquanto Luís Gonzaga de Oliveira, conhecido como "Cabeludo", seria o líder local da organização, responsável pelas operações de cobrança com uso de violência. Já Tomaz Oliveira Gomes seria executor das ordens do grupo, sendo conhecido por sua violência nas cobranças de dívidas.
Em áudios divulgados pela Polícia Civil, Luís Gonzaga Oliveira é ouvido ameaçando e extorquindo as vítimas. Ele utilizava a violência para garantir que as dívidas fossem pagas. Em um dos casos, ele chegou a ameaçar enviar membros de uma facção criminosa para cobrar uma dívida, caso a pessoa não pagasse. (Ouça a seguir)
“Na hora que eu ver ele na rua, o que ele tiver eu vou tomar: carro, moto, vou tomar, pra ele pagar minha dívida, pra ‘nós’ resolver”, diz em um dos áudios.
"{...] Se você não vier me acertar, eu vou mandar os caras do PCC irem atrás de você, entendeu? E na hora que eu te ver, tu vai ver”, disse em outro áudio.
Polícia apreende mais de R$ 2 milhões em bens
Durante a operação, a polícia apreendeu vários bens, incluindo veículos de luxo. Além disso, foram bloqueados mais de R$ 2 milhões em contas bancárias e outros valores. As investigações indicam que o grupo movimentava grandes quantias de dinheiro, utilizando a agiotagem e extorsão para dissimular os lucros obtidos com atividades ilegais.
A organização criminosa atuava principalmente na região de São Raimundo Nonato, onde praticava extorsões violentas e agiotagem, cobrando juros altos sobre empréstimos. A família utilizava o dinheiro obtido dessas práticas para adquirir bens de luxo, como carros caros, e lavar o dinheiro.
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