Durante visita ao Piauí no último dia 31 de agosto para lançar seu mais recente livro, o ex-deputado federal Jean Willys comentou a vinda do presidente Lula ao Estado para lançar o programa Brasil Sem Fome. Na ocasião, Willys ressaltou que é importante o governo federal dar prioridade ao combate à fome, mas criticou o que chamou de falta de simultaneidade na execução de políticas públicas.
No entendimento do ex-deputado, a batalha contra a desigualdade social passa não somente pelo combate à fome, mas também pelo combate à desinformação, o fomento à cultura e à inclusão digital do brasileiro. “As coisas têm que ser resolvidas simultaneamente, porque a pessoa que está passando fome, ela tem um celular, tem uma conta na rede social. Essa pessoa está inserida na cultura digital. Não basta só matar a fome de pão. É preciso saciar o desejo pela verdade, e a verdade, nesse momento, está sendo comprometida pela desinformação”, destacou o ex-parlamentar.
Para Jean Willys, o Brasil ainda segue mergulhado em um ecossistema de Fake News que assola tanto quanto a fome a população mais vulnerável social e economicamente. Ele lembrou também um episódio recente de violação de direitos humanos quando um pai invadiu a escola da filha armado e ameaçou professores ao questionar o conteúdo didático que estava sendo passado. O caso aconteceu em Ribeirão Preto.
Sociólogo e ativista LGBT, Jean Willys destacou também o assédio recorrente sofrido por mulheres que entram na vida pública. Segundo o ex-deputado, pelo menos seis representantes femininas na Câmara Federal estão sendo alvo de processos no Conselho de Ética pelo que ele chama de “motivos banais”.
“Nós não podemos baixar a guarda e achar que combatendo um único problema estamos vencendo a guerra. Quando o presidente Lula diz que a prioridade dele é o combate à fome, eu acho ótimo, dou os parabéns. Mas não podemos negligenciar o que acontece no país fora isso. Tem pessoas morrendo de fome e também gente sendo envenenada pela desinformação”, finaliza Jean Willys.
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