O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) apresentou, nesta segunda-feira (2), denúncia contra o promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Júnior e seu assessor ministerial, acusados de extorsão. A denúncia, oferecida pelo Promotor de Justiça João Malato Neto, está sendo analisada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Piauí e inclui acusações de concussão, prevaricação, supressão de documentos e tráfico de influência.
As investigações revelaram que os denunciados teriam exigido R$ 2 milhões do empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa, para arquivar um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que estava sendo conduzido na 6ª Promotoria de Picos, sob responsabilidade de Verdejo. A primeira parcela de R$ 500 mil foi paga pelo empresário em 2 de agosto de 2024, na residência do promotor em Teresina. A segunda parcela, também no valor de R$ 500 mil, foi entregue em 7 de agosto do mesmo ano.
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Após o pagamento da segunda parcela, a Polícia Federal, em colaboração com o MPPI, cumpriu mandados de busca e apreensão. Na casa do promotor foram encontrados R$ 896 mil da propina exigida. No imóvel do assessor ministerial, foram localizados R$ 600 e R$ 10 mil que haviam sido repassados a terceiros.
A operação, batizada de Iscariotes, visou investigar a extorsão praticada por servidores públicos contra empresários. Além do bloqueio dos bens do promotor e seu afastamento das funções no MPPI, o Tribunal de Justiça determinou que tanto Maurício Verdejo quanto seu assessor usem tornozeleiras eletrônicas como medida cautelar.
A Corregedoria-Geral do MPPI também realizou correições nas comarcas onde o promotor atuou, incluindo a 1ª Promotoria de Justiça de Bom Jesus e a 6ª Promotoria de Picos. O processo visou verificar possíveis irregularidades nos serviços judiciais prestados por Verdejo.
Quando fez a denúncia, o empresário Junno Pinheiro afirmou ter “absoluta convicção de não ter praticado qualquer ato ilícito” e que as acusações e ameaças sofridas foram questionadas legalmente perante o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. Pinheiro destacou que, diante da coerção, decidiu denunciar o caso às autoridades competentes.
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