Três ministros do presidente Lula defenderam a preservação do meio ambiente do Piauí durante agenda em Teresina na manhã desta sexta (2). Os gestores participam de um debate sobre a política climática brasileira na tarde de hoje e pela manhã conversaram com a imprensa durante entrevista coletiva. Estão na capital piauiense os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, e do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias.
O evento faz parte da Plenária do Plano Clima Participativo, que será realizada pelo governo federal. Através do plano o governo faz consultas diretas à população e debates com especialistas em meio ambiente, organizações da sociedade civil, conselhos de políticas públicas, movimentos sociais e sindicais, em todas as etapas de elaboração do texto.
O Plano Clima Participativo será o guia da política climática brasileira até 2035. O desenho das políticas públicas para o enfrentamento às mudanças climáticas segue uma marca do governo federal, a transversalidade. São 22 ministérios envolvidos.
Em entrevista, Marina Silva lamentou o processo de desertificação que atinge o estado.
“Os processos de desertificação podem ser contidos ou acelerados, no caso dessa junção de fenômenos naturais, el niño, la niña, desmatamento e mudança do clima é um acelerador do processo de desertificação. Aqui nós temos um trabalho na região de Gilbués para conter a desertificação e conter esse processo. As árvores são fundamentais para conter esse processo, então você tem que parar de desmatar, desassorear os rios para que eles sejam preservados”, disse a gestora
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, ocupando 10,1% do território nacional, com uma área de 862.818 km². É o quarto maior bioma do país, se estendendo pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais.
Para a ministra os impactos ambientais poderão atingir diretamente a economia do estado.
“No caso do semiárido e do cerrado é você conter o desmatamento, o homem legisla, mas a natureza não assimila, não adianta você dizer que pode desmatar até 80% do cerrado que você legisla mas a natureza não assimila. Já tem uma diminuição na vasão dos rios de 19 mil metros cúbicos por segundo, já tem baixa no lençol freático com a baixa das chuvas. Esse é um prejuízo econômico que pode ampliar a desertificação que torna as terras improdutivas e os animais vulneráveis”, afirmou.
Já Wellington Dias criticou o desmonte da política ambiental de preservação do último governo.
Ouvia do meu avô quando era criança, onde tem muitas árvores e árvores grandes tem muita água. Onde quase não tem árvores chove menos. Em lugares desérticos chove muito pouco. A gente precisa ter essa integração maior com a natureza. Iniciamos um trabalho em Gilbués para recuperação, quando tiraram a presidenta Dilma com um golpe houve um desmonte desse programa, disse o ministro.
Wellington comemorou o acordo para retomar a política ambiental no estado.
“Agora celebramos novamente com a ministra Marina e queremos trabalhar com as pessoas que vivem ali na região o cadastro único, o Bolsa Família, em Gilbués, Barreiras enfim, com o Ministro Fávaro, vamos trabalhar com a ciência para a recuperação dessa área. A secretaria do meio ambiente da agricultura familiar, enfim, várias áreas. Estou confiante que a gente vai ter condições de avançar. O presidente Lula, no plano safra, abraçou o plano de floresta produtiva e temos como meta revitalizar 12 milhões de hectares de floresta brasileira”, finalizou.
Fonteles comemora de emissão de CO2
O governador Rafael Fonteles comemorou a diminuição de 57% na emissão de CO2 entre 2012 e 2022.
“Em 2012, o Piauí atingiu o pico de emissão líquida de 35 milhões de toneladas de CO2, número que caiu para 14 milhões em 2022, uma queda de 57%. A nossa meta é alcançar 9 milhões de toneladas em 2020, uma meta factível se observamos essa curva decrescente nos últimos anos”, afirmou o governador.
Rafael frisou que, pelo fato de o Piauí ser um estado notadamente agrícola, o principal responsável pelas reduções é o desmatamento de agropecuária, em que foi registrada ainda uma queda de 5% de desmatamento entre 2022 e 2023. “Ou seja, o agro, que é o principal vetor (para a redução de emissão de CO2) é o que está contribuindo para a redução das emissões de gás poluentes”, disse Fonteles.