O Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), marcou um avanço na medicina cardíaca do estado ao realizar, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o primeiro implante do menor marca-passo do mundo no Piauí. O procedimento ocorreu ao final de fevereiro e também se destacou como o primeiro desse tipo entre os 45 hospitais que compõem a Rede Ebserh em todo o Brasil.

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O dispositivo, chamado Micra, mede apenas seis milímetros de diâmetro e 25 milímetros de comprimento, pesando cerca de dois gramas comparável ao tamanho de uma cápsula de vitamina. A cardiologista e especialista em Eletrofisiologia Clínica Invasiva, Cláudia Guarino, explicou as características inovadoras do equipamento.
“Este é um dos dispositivos mais modernos no campo da estimulação cardíaca. Ao contrário do marca-passo convencional, cujo sistema é implantado pelas veias dos membros superiores, o Micra é inteiramente implantado de forma minimamente invasiva por meio de um cateter que passa pela veia da perna e vai até o coração”, destacou.
A principal função do marca-passo é monitorar os batimentos cardíacos e gerar impulsos elétricos para manter o ritmo adequado. Além do tamanho reduzido, o Micra se diferencia por dispensar os eletrodos presentes nos modelos convencionais, que são os mais utilizados no Brasil. No novo dispositivo, a bateria é acoplada diretamente ao coração. Para comparação, um marca-passo tradicional mede cerca de 48 milímetros de comprimento, pesa aproximadamente 20 gramas e contém dois eletrodos, um de 53 centímetros e outro de 60 centímetros.
A cardiologista Cláudia Guarino ressaltou que a indicação para o uso do Micra é voltada a casos específicos, como obstrução das veias dos membros superiores, infecção causada pelo marca-passo tradicional e pacientes renais crônicos, especialmente aqueles submetidos à hemodiálise.
O cardiologista Rafael Cardoso Jung, que também integrou a equipe responsável pelo procedimento, destacou a constante evolução desse tipo de tecnologia e os benefícios para os pacientes.
“Os pacientes precisam ser acompanhados a cada três meses, depois seis meses. Realmente foi muito bom porque quanto mais frágil é o paciente, mais grave as complicações e nesse tipo de implante a taxa de complicação é menor.” disse.
A primeira paciente a receber o Micra no HU-UFPI foi Maria da Conceição Santos, de 77 anos. Desde 1996, ela utilizava um marca-passo convencional devido a complicações cardíacas decorrentes da Doença de Chagas. No entanto, um dos eletrodos apresentou falhas recentemente, tornando necessário o novo procedimento. Após a intervenção, Maria da Conceição teve boa recuperação e já recebeu alta, podendo retornar para sua cidade, Oeiras.“Eu achei muito bom e estou muito bem e feliz. Toda a minha família também está muito feliz com minha recuperação. Agradeço a todos”, declarou.
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