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Adutora do Sertão: Quase dez anos depois, estudo de viabilidade será concluído

A construção dessa adutora foi judicializada pelo MPF e pelo Ministério Público Estadual em 2015, quando foi ajuizada ação civil pública contra a União e o Estado

07/07/2024 às 13h37

Após quase uma década desde o início da ação civil pública movida pelos Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual para garantir os recursos destinados à construção da Adutora do Sertão do Piauí, os primeiros resultados começam a aparecer. A primeira etapa do estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental do projeto básico do Sistema Adutor do Sertão do Piauí tem previsão para ser concluída em agosto deste ano.

A informação foi repassada ao procurador da República Kelston Pinheiro Lages, um dos autores da ação, pelo responsável da empresa Engecor – Consultoria e Projetos Ltda, contratada pela Secretaria de Estado da Defesa Civil para realizar esses estudos, durante audiência que ocorreu na sede do MPF em Teresina (PI) na semana passada.

Família buscando água em meio a seca - (Fernando Frazão/Agência BRasil) Fernando Frazão/Agência BRasil
Família buscando água em meio a seca

Na ocasião, o procurador da República cobrou do representante da Engecor a apresentação de um cronograma físico-financeiro da obra, considerando a informação de que a União, por meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), já havia liberado a primeira parcela do convênio, de aproximadamente R$ 2,3 milhões, referente ao acordo firmado com o Estado do Piauí.

Diante dos questionamentos do representante do MPF, o responsável pela Engecor informou que já foi realizada parte do serviço de campo, de observação dos poços e de prova de viabilidade real da obra. O representante da empresa disse, ainda, que a previsão para a conclusão da primeira etapa, que engloba estudo geológico, estudo de poços e outros serviços, é para o final de agosto deste ano.

Acompanhamento pelos Ministérios Públicos

Além do cronograma físico-financeiro da obra, o procurador solicitou também que a Engecor apresente fotografias ou outros meios de demonstração da localização dos estudos nessa primeira etapa de forma que seja possível a presença in loco de representantes do Ministério Público para acompanhamento. A próxima audiência com o responsável pela empresa está agendada para agosto.

“O Ministério Público Federal acompanhará a obra e por isso precisa dessas informações e documentos. Durante a audiência, reforçamos ao representante da Engecor que qualquer entrave ou dificuldade encontrada na execução do contrato deve ser reportada ao MPF para que possamos auxiliar na sua resolução”, destacou o procurador da República.

Em outubro do ano passado, diante da suspensão das atividades por questões orçamentárias, o MPF recomendou à Funasa que adotasse todas as providências necessárias para a inclusão, em seu orçamento, do projeto da Adutora do Sertão do Piauí, garantindo todos os recursos orçamentários necessários à sua execução.

Sede do Ministério Público Federal (MPF) no Piauí - (Arquivo O DIA) Arquivo O DIA
Sede do Ministério Público Federal (MPF) no Piauí

Sobre a ACP

A construção dessa adutora foi judicializada pelo MPF e pelo Ministério Público Estadual em 2015, quando foi ajuizada ação civil pública contra a União e o Estado do Piauí. O objetivo era garantir verbas públicas para a elaboração e execução de projetos, programas e obras que assegurassem a implementação da adutora. Desde então, o MPF e o MP do Piauí obtiveram liminar, que determinou à União a elaboração de um projeto básico para a adutora, e a confirmação da liminar, determinando à União a execução e a descentralização de crédito orçamentário para a sua construção.

Segundo Kelston Lages, a implementação da Adutora do Sertão levará água para 51 municípios do sertão piauiense, que estão localizados sobre o cristalino, onde não há água subterrânea. “Hoje, a população desses municípios é atendida pela política pública ‘Operação Carro Pipa’, que não resolve o problema da estiagem, porque apenas adia a solução definitiva. O que é um grande paradoxo e descaso administrativo o Piauí ser detentor de um das maiores reservas de águas subterrâneas do país e as pessoas e animais ainda morrerem de sede”, destaca.

Com informações MPF