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100% FORRÓ: 18 anos valorizando a cultura local e a música nordestina

Programa nasceu no dia 20 de maio de 2006 e mudou a história da televisão piauiense

25/05/2024 às 11h51

25/05/2024 às 11h51

Há 18 anos estreava na televisão piauiense um programa que se tornaria um marco na cultura nordestina: o 100% Forró. Criado e apresentado por Eudes Ribeiro, o programa rapidamente conquistou o público ao valorizar a música e a cultura local. Exibido na O Dia TV desde 2019, o 100% Forró já esteve em 150 municípios do Piauí e 15 estados brasileiros.

Eudes Ribeiro, natural de Fortaleza e residente em Teresina desde a década de 1980, já tinha uma vasta experiência como empresário de bandas de forró antes de lançar o programa. Ele trabalhou com artistas e grupos renomados, como Cortafogo, Gaviões do Forró, Garota Safada e Saia Rodada, ajudando a trazer essas bandas ao Piauí e promovendo shows pela região.

100% FORRÓ: 18 anos valorizando a cultura local e a música nordestina - (Jailson Soares/O Dia ) Jailson Soares/O Dia
100% FORRÓ: 18 anos valorizando a cultura local e a música nordestina

A inspiração para o 100% Forró veio da TV União, de Fortaleza, que exibia clipes e permitia a interação dos telespectadores por meio de mensagens de texto. Eudes adaptou essa ideia e, em 20 de maio de 2006, estreou o programa no Piauí. Logo no primeiro episódio, o programa recebeu quase 400 torpedos.

“O 100% forró foi o primeiro programa da televisão piauiense a permitir que o público enviasse torpedos. Nós somos o primeiro canal de integração da TV piauiense com o telespectador. Quando começamos, nós também disponibilizamos o endereço da produtora para que as pessoas mandassem cartas, e elas mandavam. Todo mundo queria dar um alô na TV”, lembrou Eudes Ribeiro em entrevista ao Jornal O Dia.

O nome "100% Forró" foi sugerido por Tony Trindade, parceiro de produção de Eudes. A aceitação foi instantânea. O formato do programa, que incluía gravações de shows e matérias sobre os artistas, também consolidou sua audiência.

“Inicialmente, o programa iria se chamar Forró 10. Mas Tony Trindade sugeriu o nome 100% Forró, e eu topei na hora porque era um nome forte e realmente se tornou um sucesso. O impacto que tivemos com os torpedos na época foi equivalente ao que chamamos de viralizar hoje”, destacou.

O programa não se limitou à exibição de clipes musicais. Eudes aproveitou seus contatos para organizar eventos no interior do Piauí e gravar matérias exclusivas. Além disso, o 100% Forró se tornou um espaço para artistas locais e regionais se apresentarem, o que fortaleceu (e segue fortalecendo) a cena musical nordestina.

“Nós éramos o elo que conectava o telespectador à vida dos artistas e aos seus shows, e por isso, o programa foi um grande sucesso”, disse Eudes.

Ao longo dos anos, o programa se manteve relevante, adaptando-se às mudanças tecnológicas e de mídia. Com mais de 400 vídeos no YouTube e inúmeras entrevistas com grandes nomes da música brasileira, como Luiz Carlos, Xande de Pilares, Bartô Galeno, Dominguinhos e Amado Batista, o 100% Forró se tornou uma referência no meio.

“Eu venho da periferia de Fortaleza e sonhava em ser locutor de rádio. Quando a minha escola entrava de greve, eu ia para a rádio e ficava observando os locutores. Eram meus ídolos. Do jeito que eu gostava de ouvir meu nome saindo na rádio, pensei que eu gostaria de ter meu próprio programa. Eu realizei esse sonho, me tornei não só um locutor de rádio, mas também um apresentador do Piauí. Tenho um orgulho imenso desses 18 anos de 100% Forró”, contou o apresentador.

Os próximos passos do 100% Forró

Para o futuro, Eudes pretende continuar adaptando o programa às mudanças do mercado e das tecnologias, mas sempre mantendo o foco na valorização dos artistas locais e na promoção da cultura do forró.

“Estamos constantemente nos reinventando e nos adequando às mudanças da modernidade. Estamos sempre presentes nas redes sociais e continuamos fazendo coberturas de eventos, incluindo os aniversários de emancipação política das cidades e os festejos, que são muito respeitados, principalmente aqui no Nordeste”, ressaltou.

No final da entrevista, o apresentador expressou seu desejo em ver mais apoio e reconhecimento para os artistas piauienses, tanto pelo público quanto pelos gestores culturais.

“Eu quero muito que façamos eventos com bandas do Piauí e que as pessoas venham em massa para prestigiar nossos artistas locais. Infelizmente, ainda vemos mais dinheiro indo para artistas de fora, mesmo tendo tanto talento bom aqui. Eu imagino um futuro onde a cultura do Piauí conte com estúdios municipais ou estaduais, onde os artistas locais tenham acesso a estúdios de gravação”, finalizou.


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