A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta quinta-feira (27), a interdição cautelar de todas as pastas dentais da linha Colgate Clean Mint, após a notificação de diversos casos de reações adversas nos usuários. A medida foi tomada com base em relatos de consumidores que relataram lesões bucais, como inchaço, ardência, vermelhidão, aftas e dormência, após o uso do produto.

Até o momento, foram registradas pelo menos 13 ocorrências entre 1º de janeiro e 19 de março de 2025, com os sintomas mais comuns sendo inchaço nas amígdalas, lábios e mucosa oral, sensação de ardência, boca seca e gengiva irritada.
A interdição é temporária, com prazo de 90 dias para que a Anvisa possa avaliar a segurança do produto. Durante esse período, a empresa tem a possibilidade de recorrer da decisão. A pasta dental da Colgate foi modificada recentemente com a introdução de uma nova fórmula, que passou a usar fluoreto de estanho, em substituição ao fluoreto de sódio.
De acordo com a Colgate, a alteração foi realizada após mais de uma década de pesquisa e testes, e o fluoreto de estanho, substância antimicrobiana, é amplamente utilizado em cremes dentais ao redor do mundo. A empresa afirma, ainda, que os produtos são rigorosamente testados e aprovados por agências regulatórias internacionais.
Apesar dessa defesa, consumidores como a advogada Luiza Guimarães e o estudante Pedro Maciel relataram que a nova fórmula causou severas reações alérgicas, incluindo ferimentos na boca e dificuldade para se alimentar. "Eu nunca imaginei que uma pasta de dente pudesse me causar tanto problema", afirmou Luiza, que compartilhou sua experiência em suas redes sociais, gerando repercussão.
A Anvisa, que monitorava os relatos desde o início do ano, classifica as reações como "eventos adversos" e afirma que a decisão de interdição tem como objetivo proteger a saúde pública até que se comprove, ou não, a segurança do produto. Se necessário, o órgão poderá decidir pela suspensão da fabricação e venda do creme dental.
Além disso, a mudança na fórmula também afetou outras versões da Colgate, como a Total 12, que agora é comercializada sob o nome Prevenção Ativa. O aumento de queixas, somado a esse histórico de reações adversas, motivou a intervenção da Anvisa, que segue acompanhando a situação.
A reportagem procurou a Colgate para um posicionamento sobre a interdição e as reações relatadas, mas até o fechamento desta matéria, a empresa ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre o assunto.
A Anvisa destaca que, enquanto a interdição é uma medida cautelar, os consumidores que apresentaram reações adversas devem suspender o uso do produto imediatamente e procurar orientação médica.
Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.