A Polícia Civil segue nas investigações sobre o assassinato da pequena Anna Kerolayne Gomes Nunes, a criança de 3 anos que teve morte encefálica no HUT após dar entrada com lesões graves e marcas de agressão física. Em entrevista na manhã desta terça-feira (23), o gerente de Policiamento do Interior, delegado Célio Benício, afirmou que as lesões encontradas no corpo de Anna Kerolayne eram marcas de tortura.
A mãe e o padrasto da menina foram presos na tarde de ontem acusados do crime. As prisões temporárias têm o objetivo de resguardar a conclusão da investigação. Para a polícia, não existe mais dúvidas de que Anna Kerolayne foi submetida não apenas a agressões pontuais, físicas, mas a tortura física, sobretudo na região da cabeça. Ela teve sua morte encefálica confirmada pelo HUT.
“O médico legista constatou lesões advindas de tortura. Agora a investigação parte para as oitivas e os exames no local onde se deram essas agressões. Importante mencionar que houve incongruências e contradições nas oitivas da mãe e da tia, que foi quem levou a criança ao hospital. Tentou-se inclusive ocultar a existência do padrasto”, pontuou o delegado.
É que em seu depoimento à delegada Polyana Oliveira, a mãe de Anna Kerolayne negou que tivesse qualquer relacionamento e afirmou que não tinha nenhum companheiro. Foi este detalhe que motivou a decretação de sua prisão preventiva, já que no decorrer da investigação ficou comprovada a existência da figura do padrasto e a suspeita de participação dele nas agressões sofridas por Anna Kerolayne. O homem possuía antecedentes criminais, tendo sido preso por roubo.
A polícia agora apura qual exatamente a participação da mãe no crime: se ela teria agredido a filha de alguma forma ou se teria agido por omissão e permitido que o padrasto agredisse a criança sem denunciar. O delegado Célio Benício disse que a mãe da criança será ouvida novamente para esclarecer estes fatos.
“Ela vai reinquirida para que explicite o motivo dessa ocultação inicial. A violência doméstica familiar, que o caso em investigação aqui, é um delito que, na maioria das vezes em que acontece, inexiste testemunhas oculares, porque essas situações se dão às escuras, dentro da residência, dentro de um cômodo. Daí a necessidade de que outros elementos sejam buscados e é isso que a polícia fez e está fazendo”, afirmou o delegado Célio Benício.
A polícia fez um apelo para que a população procure denunciar qualquer suspeita de maus-tratos ou agressões no ambiente familiar e doméstico. A rede proteção, no caso de crianças e adolescentes, conta com os Conselhos Tutelares, que são os responsáveis por apurar estas denúncias e notificar as autoridades competentes, como a Polícia Civil e o Ministério Público.
“A rede de proteção é uma engrenagem que precisa funcionar. O Conselho Tutelar, a família, a comunidade, a vizinhança, todos têm que concentrar esforços em defesa da criança, ainda mais uma criança de 3 anos que teve a vida ceifada da forma que teve”, pede o delegado.
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