Durante coletiva realizada na tarde desta segunda-feira (16) na sede da Delegacia da Receita Federal, os órgãos envolvidos na operação que apreendeu mais de R$ 5 milhões em produtos piratas e contrabandeados em Teresina, deram mais detalhes acerca da operação, que segue acontecendo na capital.
De acordo com o delegado da Polícia Civil, Felipe Bonavides, a polícia não descarta a possibilidade de que alguns estabelecimentos investigados possam estar envolvidos com lavagem de dinheiro e organizações criminosas. No entanto, a confirmação do fato só se dará após a finalização das investigações.
“A venda de aparelhos falsificados e o contrabando andam junto com outros tipos de criminalidade. Não podemos descartar a possibilidade, mas ainda está sendo avaliado se há ligação das pessoas que vendem esse tipo de produto com lavagem de dinheiro ou crimes de outras natureza. Nós temos suspeitas, mas para que isso se transforme em indícios é preciso que haja um avanço nas investigações”, explica.
Ainda conforme o delegado, a primeira fase da operação foi administrativa, visto que foi deflagrada pela Receita Federal. No entanto, os desdobramentos da investigação podem levar a polícia a constatar crimes tributários relacionados à lavagem de dinheiro. Além disso, a polícia irá investigar também o envolvimento de facções criminosas de outros estados, uma vez que boa parte dos produtos contrabandeados são estrangeiros.
“Nós estamos angariando elementos que irão subsidiar investigações futuras. Dificilmente se pode ter ações criminosas dessa natureza sem que haja um fio que traz de outro estado. Nós sabemos que boa parte desses produtos vem justamente de origem estrangeira. Então, eles ingressam no país normalmente, mas não exclusivamente, através de outros estados, o que sugere que haja uma cadeia criminosa que se estenda pelo país”, aponta Felipe Bonavides.
A operação, que foi deflagrada no último dia 10 de agosto, autuou 10 lojas localizadas em vários bairros da cidade. Entre os produtos fiscalizados estão peças de vestuário, calçados e produtos eletrônicos, como carregadores de celulares e caixas de som. Segundo o André Luiz Silva, auditor da Receita Federal, os produtos falsificados serão destruídos, tendo em vista que podem ocasionar mal à saúde das pessoas que os utilizam. Há, ainda, a possibilidade de peças de roupa serem doados a instituições sociais.
“Como se trata, na grande maioria, de produtos falsificados, eles são encaminhados para destruição, pois não podem ser recolocados no mercado, até por conta do prejuízo à saúde que eles podem ocasionar. No caso dos vestuários e calçados, nós talvez possamos reaproveitar esses produtos em benefício de entidades sem fins lucrativos”, destaca o auditor fiscal.