Poucos teresinenses sabem, mas nesta sexta-feira, 22 de setembro, se celebra o “Dia mundial sem carro". A iniciativa, desenvolvida por ambientalistas e gestores públicos mundiais, visa incentivar a utilização de outros modais de transporte para preservar o meio ambiente e reduzir os índices de acidentes. De acordo com o IBGE, Teresina registra hoje uma frota de 226.233 veículos, um carro a cada 3,8 habitantes.
Vale ressaltar que, hoje, o Piauí é o quarto estado com a maior taxa de mortes e internações no trânsito do Brasil proporcionalmente, segundo o Data Sus.
Na capital os teresinenses enfrentam dificuldades para deixar o automóvel diante das altas temperaturas e problemas com o transporte coletivo. Quando se observa dados estaduais, o Piauí possuí a sétima menor frota de veículos do Brasil, com 423.188 automóveis, correspondendo a 0,69% de toda a frota nacional. Mais da metade da frota estadual, 52%, fica em Teresina. Os números de automóveis contrastam com a elevada quantidade de motocicletas, quase o dobro de unidades com 779.502 motocicletas. A 14° maior frota do país.
Sandro Costa, especialista em trânsito, falou sobre o dia mundial sem carro e defendeu a utilização do transporte coletivo.
“Aqui no Brasil a gente aproveita a semana nacional do trânsito, de 18 a 25 de setembro, e implementa esse serviço também nas escolas. Um ônibus leva 60 pessoas, você já pensou deixar sessenta carros em casa, o impacto que teria ? Andar de bicicleta em um calor desse não tem como. De qualquer maneira deveríamos fazer uma programação de alertar as pessoas e divulgar para que houvesse uma maior adesão. Pouca gente sabe aqui no Piauí”, afirmou.
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O especialista destacou que alternativas poderiam reduzir o engarrafamento enfrentado na região central da capital. “No trânsito o ideal seria o coletivo, a prefeitura já está com uma sinalização de adquirir veículos e a tendência é que melhore o trânsito da capital. A saída é colaborar, mesmo que eu vá de carro, o ideal é programar caronas, tem um vizinho que pode se alternar. Já seria um ou dois carros a menos, isso ajudaria a diminuir a quantidade de veículos” , finalizou.
Carro custa alto para prefeituras
Em um estudo divulgado nesta sexta, a Confederação Nacional do Municípios apontou que os municípios brasileiros têm sofrido com o crescimento exacerbado das frotas de veículos, particularmente de automóveis e motos. Esse cenário aponta para grande risco de constantes paralisações por engarrafamentos e aumento significativo dos acidentes, poluição ambiental e problemas gravíssimos de saúde, como estresse, doenças respiratórias e câncer de pulmões.
No relatório, o órgão aponta que “o custo pela opção de carro particular é muito alto, além dos problemas já apontados, os usuários do sistema viário passam horas e horas nos longos engarrafamentos, causando cansaço e reduzindo a produtividade dos trabalhadores, gerando impacto econômico no país e na vida das pessoas”.
Diante desse panorama, a CNM diz que, “torna-se imperativo que medidas eficazes sejam implementadas para enfrentar os desafios da mobilidade urbana no Brasil. Isso inclui a promoção de alternativas de transporte público de qualidade, o estímulo ao compartilhamento de veículos e o investimento em infraestrutura viária inteligente, visando proporcionar maior segurança”, afirmou o órgão.