O tempo no segundo semestre do ano é marcado pelo B-R-O BRÓ. O termo é a junção dos meses mais quentes do ano (setembro, outubro, novembro e dezembro), onde a população tende a sofrer com mais ênfase os efeitos nocivos do sol. Em razão disso, motoristas e cobradores de ônibus de Teresina protocolaram, junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PI), pedido de insalubridade em razão das altas temperaturas em Teresina.
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Ao O Dia, o secretário de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), Cláudio Gomes, relatou que os trabalhadores também sofrem com o período, e que mesmo com os veículos tendo ar-condicionado, muitos ônibus circulam com os aparelhos desligados.
“Os empresários insistem em colocar esses ônibus convencionais sem ter ar-condicionado para os usuários e, consequentemente, ao trabalhador. A gente vê muitos ônibus circulando, mas sem o ar-condicionado estar ligado, que é uma vergonha”, acrescenta o sindicalista.
Questionado sobre o porquê dos ônibus circularem sem os ar-condicionados estarem ligados, Gomes afirmou que os equipamentos estão quebrados e que as empresas não determinam o devido conserto: “A temperatura em Teresina é altíssima e o motor dos veículos ficam bem mais quentes também nessa época, pois eles rodam o dia todo. O trabalhador precisa ter essa insalubridade, principalmente por motivos de saúde. Isso pode gerar até uma aposentadoria especial e um pouco antes do que é garantido pela lei”, explicou.
O benefício da insalubridade está sendo negociado com as empresas que operam o sistema do transporte público de Teresina.
Claudio Gomes argumentou que o Ministério Público do Piauí (MPPI) e uma perícia técnica do TRT irão decidir pela concessão do benefício, juntamente com um órgão federal. Até o momento, segundo ele, três empresas estão com negociações avançadas, entre elas: Transcol, onde participou de reunião sobre o assunto nesta quarta (9) no TRT-PI com a categoria; bem como as empresas Entracol e Viação Piauiense.
Outro lado
O Sistema O Dia procurou o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) para falar sobre o caso, onde informou que ainda não foi notificado a respeito dessa intenção do Sintetro, mas ressaltou a dificuldade de operacionalizar tal demanda.
Além disso, o Setut frisou, ainda, que qualquer adicional salarial solicitado, implicará diretamente no aumento de custos do sistema, e que isso inevitavelmente será repassado ao usuário final, ou será destinado para que a prefeitura subsidie.
A primeira opção, segundo o sindicato, não é justa, pois não há razão para se proteger do calor da cidade, apenas 1200 colaboradores do sistema de ônibus, num universo de quase 900 mil pessoas que vivem em Teresina.
A segunda opção poderia ser viável, porém, se a prefeitura hoje só consegue atualmente subsidiar 50% do valor necessário do sistema, obviamente que não terá como arcar com mais qualquer outro aumento de custos.
Teresina possui quatro consórcios que administram o sistema de transporte público da capital, dentre eles: região Norte - consórcio Poty (Aviação Piauiense, Transpremium e Envipi); região Leste - consórcio Urbanus (São Cristóvão, Santana e Cidade Verde); região Sul - empresa Transcol e região Sudeste - consórcio Theresina (Theresina, Taguatur, Transfácil, Santa Cruz e Entracol).
Novos ônibus
A Prefeitura de Teresina planeja adquirir mais ônibus para que possam somar ao transporte público da capital. Para aumentar a frota, a gestão pública teresinense concluiu o edital de lançamento para pregão eletrônico com a estimativa de investimentos em R$ 134 milhões. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União da última segunda-feira (07).
Ao O Dia, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou que atualmente 300 ônibus circulam por todas as regiões da cidade. Com a proposição de novos investimentos, a pasta espera adquirir 100 novos veículos e, assim, auxiliar no ir e vir dos usuários teresinenses.