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Imagens de Oxum e Iemanjá serão inauguradas no Polo Cerâmico de Teresina na terça (4)

Após a inauguração da estátua de Iemanjá na Avenida Marechal Castelo Branco, região Centro Sul de Teresina, agora é a vez da zona Norte receber a presença de duas Orixás ligadas às águas: Oxum e Iemanjá! As imagens ficarão no Polo Cerâmico, bairro Poti Velho, que está sendo revitalizado. A inauguração do monumento Deusas das Águas acontece dia 4 de junho, a partir das 16h no Encontro dos Rios.

Reprodução
Oxum e Iemanjá estarão representadas no Monumento

As esculturas foram produzidas pelo artesão Jean Pimentel, que também fez a Iemanjá da Avenida Marechal. Na inauguração haverá três tendas, representando falanges espirituais que atuam nos terreiros: dos Ciganos, dos Léguas e dos Pretos Velhos, abençoando os trabalhos e a consagração do monumento, além de atendimentos aos visitantes.

A instalação do Monumento Deusa das Águas com Oxum e Iemanjá possui alguns objetivos:

- passa a ser mais um ponto turístico;

- ⁠exalta o artesanato piauiense;

- ⁠dá visibilidade e renda ao artesão Jean Pimentel, que criou as esculturas;

- ⁠reforça o respeito à diversidade religiosa, em especial a dos povos de Matriz Africana e povos de Terreiro;

No panteão afro-brasileiro, Oxum é a Orixá da beleza, prosperidade, fertilidade e a grande estrategista. A que vence uma guerra sem derramar uma gota de sangue.

Iemanjá é a grande mãe. Mãe de Oxóssi, Ogum, Exu e ainda pega Obaluayê para criar. Mãe de todas as cabeças. É, possivelmente, a Orixá mais reverenciada no país, a exemplo de ser celebrada no mar na virada de ano, dia 2 de fevereiro e em outras datas.

Confira a programação de inauguração:

- 16h00: Concentração no Monumento Cabeça de Cuia;

- 17h: Padê de Exú

- 17h30: Consagração do Monumento das Deusas das Águas com oferendas e ritualística;

- 18h: Grande Gira com benção dos pretos-velhos e acampamento cigano.

Estátua da Av. Marechal Castelo Branco foi alvo de preconceito e intolerância religiosa

O Piauí ganhou o primeiro monumento com a imagem de Iemanjá negra. A estátua foi instalada na Avenida Marechal Castelo Branco, em Teresina, no dia 14 de Abril. Durante anos, a divindade de matriz africana foi representada por esculturas de cor branca. A nova representação, escolhida para representar a identidade da cultura negra, foi alvo de intolerância religiosa. Nas redes sociais, internautas se manifestaram contra a presença do monumento: “Credo, imagem feia”, disse um.

Em entrevista ao O Dia, o líder religioso Rondinelli Santos, conhecido como Pai Rondinelli de Oxum, explica que a escultura anterior de Iemanjá havia sido inaugurada em 1980 e, desde então, já foi alvo de diversos tipos de depredações e passou por mais de 10 reformas. “Mesmo quando era branca, a imagem era depredada, em qualquer lugar que estivesse. Em 2017, o monumento teve as mãos quebradas, pintaram a imagem e atearam fogo. Esse foi um momento que nos marcou bastante. Chegaram a escrever frases que diziam que a Iemanjá era “coisa do demonio”, além de versos bíblicos. Isso nos deixava muito mal, porque esse é um lugar onde depositamos nossa fé e pedimos proteção”, lembra Rondinelli Santos.

O DIA
Nova estátua de Iemanjá em Teresina foi alvo de intolerância religiosa nas redes sociais.

"A imagem de Iemanjá negra foi concebida para trazer a identidade da população negra à tona, uma vez que a divindade tem origem na cultura africana. Ela foi idealizada como branca para facilitar a aceitação pela sociedade. A intenção é afastar o cristianismo dos terreiros, permitindo-nos cultuar nossos sagrados e resgatar a identidade e resistência de nosso povo", disse à época Pai Rondinele de Oxum.


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