O Centro de Teresina enfrenta uma crise de segurança que tem deixado um rastro de prejuízos para empresários locais. Segundo a Associação S.O.S Centro, composta por empreendedores, trabalhadores e moradores da região, nos últimos 15 dias foram contabilizados cerca de R$ 130 mil em perdas devido aos frequentes furtos. A média de arrombamentos chega a 12 por semana, conforme levantamento feito pela associação.
A associação esteve reunida na manhã desta terça-feira (9), a fim de chamar atenção da população e do governo para as demandas da região. A vice-presidente da organização, Dra. Lúcia Santos, afirma que todas essas informações foram entregues ao Ministério Público e que foi solicitada uma audiência com autoridades como o governador do Piauí, Rafael Fonteles, o prefeito, Dr. Pessoa, e o secretário de Segurança, Chico Lucas.
“Cada morador e dono de estabelecimento tem o registro dos arrombamentos. Somente o meu consultório foi arrombado três vezes em uma semana. Nós já entregamos essas informações ao Ministério Público e solicitamos uma audiência pública com todas as instituições que são relevantes para esse problema do Centro. Nossa principal demanda é a segurança”, disse a médica e também presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI).
A decadência do Centro de Teresina já se arrasta há anos, mas tem sido agravada nos últimos meses. Lojas fechadas, imóveis abandonados e a sensação de insegurança têm afastado moradores, comerciantes e consumidores. A migração para outras zonas da cidade contribui para a deterioração da área, que perdeu mais de 20% da população nos últimos 12 anos.
“O que nós queremos é a restauração e revitalização do Centro, com estímulo ao comércio, à moradia e, principalmente, à segurança. Queremos que o Governo do Estado assuma a sua responsabilidade em relação à segurança pública. Essa sem sombra de dúvida é a demanda mais urgente e mais importante. Precisamos de iluminação à noite, pois a região à noite parece um cemitério”, reforça o presidente da S.O.S Centro, Dr. Samuel Rêgo, vice-presidente do SIMEPI.
O problema de arrombamentos está diretamente ligado à quantidade de moradores de rua presentes no Centro de Teresina. Muitos desses indivíduos são usuários de drogas e frequentemente cometem pequenos furtos, que, somados, resultam em grandes prejuízos para os comerciantes e moradores da região.
Entrevistado pelo O Dia, o Coronel Torres, aposentado da Polícia Militar, destacou que “a situação é inadmissível” e que os comerciantes hoje são “reféns da bandidagem”. “Todo dia é assalto, roubo, furto ou arrombamento. Acredito que o policiamento ostensivo precisa ser intensificado na região, principalmente depois das 18h, quando as portas do comércio fecham. A segurança do estado precisam tomar uma providência”, comentou.
Outra questão que também tem sido levantada pela associação é a cobrança de impostos. De acordo com Samuel Silveira, o valor pago não está sendo devolvido em segurança ou bem-estar aos moradores e empreendedores do Centro de Teresina.
“Precisamos que a prefeitura abaixe os impostos. Nos últimos 10 anos, 25 mil pessoas deixaram de morar no centro porque estão sobrecarregadas com impostos caríssimos e que não tem retorno. Hoje, das 200 mil pessoas que trabalham no centro, somente 12 mil pessoas moram no centro. São pessoas de outras zonas que vêm todos os dias, elas poderiam morar aqui se tivesse incentivos. Então, nós queremos a redução dos impostos, queremos segurança pública, iluminação e estimulação à moradia”, concluiu.
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