Uma cena tem chamado a atenção de moradores que residem próximo à Estação de Tratamento de Esgoto - Leste (ETE Leste) de Teresina: a formação de espumas nas águas do rio Poti, mesmo após o tratamento do esgoto, tem preocupado os moradores por conta do risco aos peixes e outros animais que consomem a água, quanto à saúde da população. A equipe da O Dia TV esteve no local nesta segunda-feira (27) e constatou o aparecimento das espumas, que se formam logo após o despejo da água no rio.
O que chama atenção é a formação desse resíduo mesmo após o tratamento do esgoto. Porém, segundo o analista ambiental Heverton Almeida, a espuma está dentro dos padrões exigidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conama. "Essa espuma fica na saída do efluente, tratada na ETE Leste, a Estação de Tratamento da Zona Leste. Essa espuma é proveniente do tratamento de efluente, ou seja, ela é proveniente de detergentes. Infelizmente não há tratamento de detergentes, eles se acumulam com agitação, com a presença de oxigênio, no próprio tratamento. Então geralmente ele quando está muito cheio, no período de chuva, acontece isso”, explica.
Questionado se a espuma faz mal para a população e para os animais que entram em contato com ela ou com a água, “Se ela (espuma) não for devidamente tratada, faz mal. Mas ali é um volume controlado. Em teoria, pelo processo de licenciamento da própria estação, ela está dentro dos padrões conforme o Conama 430. Então aquele volume acumulado é mais pela presença de oxigênio. Obviamente aquela água não está disponível para consumo humano, não é pra você beber daquela água, nem tomar banho naquele local. Mas se a gente for tratar de legalidade, ela se encontra dos padrões exigidos pelo Conama”, complementou.
Ao O Dia, o secretário municipal do Meio Ambiente, Aluísio Sampaio, afirmou que teve conhecimento do problema ambiental e que equipes já foram enviadas para avaliar os danos ao meio ambiente. “Pedi a uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente para ir até o local. Já passei para a Águas de Teresina para eles entrarem em alerta para saber se houve alguma anormalidade. Mas de já, recebi uma informação que a espuma em si não quer dizer que existe uma contaminação diferente do que já ocorre”, disse.
Aluísio reforçou que para minimizar esse problema seria importante a conscientização da população que já tem rede de esgoto sobre a importância de se conectar à rede para evitar despejos irregulares nos rios que banham a capital.
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) também entrou no caso e fez no último sábado (25) uma fiscalização in loco após denúncias sobre a presença de espumas nas margens do rio Poti. Após verificação constatou-se que a espuma é oriunda da Estação de Tratamento de Esgoto Leste – ETE Leste. A empresa responsável pela operação da ETE será notificada para que sejam tomadas providências imediatas para sanar os prejuízos causados ao meio ambiente em decorrência do aparecimento da espuma no leito do Rio Poti.
Em nota, a Águas de Teresina afirmou que "atua em observância a todos os parâmetros ambientais nas suas operações". Segundo a concessionária, a formação de espuma é um processo que resulta de partículas de ar geradas durante o tratamento de esgoto. No período de chuvas, ocorre maior movimentação nas lagoas das Estações de Tratamento, o que pode intensificar a formação dessa espuma.
"Apesar do impacto visual, o processo não representa qualquer risco ao meio ambiente e a espuma gerada foi rapidamente contida pela equipe técnica, normalizando a situação", concluiu a empresa.
Confira o vídeo:
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