A família do ambulante Dionísio Neto e da dona de casa Maria do Livramento, moradores que por ordem judicial, foram despejados de uma residência no Loteamento Ladeira do Uruguai, zona Leste de Teresina, agora estão morando de favor. O casal, dois filhos e um idoso estão alojados na associação de moradores do bairro, por não terem como alugar uma outra casa. A reportagem de O Dia entrou em contato com a família, que detalhou a situação triste pela qual estão passando.
“Destruíram tudo com uma escavadeira. E por isso nós estamos abrigados na associação de moradores do bairro. Não temos condição de alugar uma casa, e aí por enquanto a gente vai ficar aqui, não tem jeito, não temos para onde ir. Temos, além de nós, dois filhos menores de idade e o meu sogro”, disse Maria do Livramento, preocupada com o futuro.
Ela afirma que a família estava há 35 anos morando na residência e que ver a cena da destruição foi “muito triste”, por toda a história construída na casa. A ordem judicial já havia sido impedida por moradores no mês passado, mas dessa vez foi cumprida com forte aparato policial e servidores da Justiça.
Assim como Dionísio, 60 famílias moram no local na incerteza de até quando poderão continuar nas residências. Isso porque desde 2013 ações na justiça reivindicam a propriedade do terreno. A reintegração de posse foi acompanhada pelo presidente da Federação das Ações de Moradores dos Conselhos Comunitários, Francisco Sales. Ele alega que a ocupação teve início na segunda metade da década de 1990. De acordo com ele, a Caixa Econômica Federal financiou parte dos imóveis da área.
Donos do imóvel garantem ter documentos da residência
Uma das pessoas que reivindicam a propriedade do terreno é a família de Rubens Nunes Alves. Ao O Dia, Cleide Alves, filha do suposto proprietário, já havia alegado que as casas não foram construídas por nenhum programa habitacional e que o pai possui os documentos da terra.
“Ele pode estar até mais de que trinta e cinco anos lá. Mas eles são sabedores que sempre existiu dono. Quando meu pai comprou esse terreno, eu não era nem nascida. Ele deixou uma pessoa morando por bondade. Ele não estava precisando no momento. Esse senhor ficou morando e depois o filho dele também. Mas a gente, todos os anos, andava lá avisando que era para eles saírem e não precisava de confusão, não precisava de justiça”, explicou.
Família despejada pede ajuda
Sem empregos formais, Dona Maria do Livramento e Dionísio Neto relataram ao O Dia que estão precisando de ajuda. Qualquer tipo de doação é bem-vinda, como alimentos, materiais de limpeza e de higiene pessoal. Doações em dinheiro também podem ser realizadas. Para mais informações, o contato da família é o (86) 9.8811-1876.