Oito trabalhadores naturais do Piauí foram resgatados em condições análogas à escravidão na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (14) pelo Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI). Eles faziam parte de um grupo de 65 operários explorados na construção civil, provenientes também de Pernambuco, Bahia e Mato Grosso. A operação foi conduzida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
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Segundo o MTE, os trabalhadores foram abandonados pelos contratantes, ficando sem acesso à alimentação, moradia adequada e condições mínimas de higiene. O auditor-fiscal do Trabalho e chefe do Serviço Especial de Inspeção do Trabalho (SEINT) de Sorocaba e Região, Ubiratan Vieira, relatou que as empresas envolvidas foram acionadas, e, após uma reunião com o Sindicato da Construção Civil e o Conselho Sindical, foram definidos os procedimentos para pagamento dos direitos trabalhistas.
“Em alguns casos houve resgate mesmo em razão do péssimo estado dos alojamentos, alimentação precária e atrasos nos pagamentos. Muitas vezes, especialmente na construção civil, os trabalhadores que recebem apoio do MTE, são encontrados depois em outras obras”, ressalta Ubiratan.
O procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador regional de combate ao trabalho escravo no MPT-PI, lamentou que piauienses ainda sejam vítimas desse tipo de exploração.
“Conseguimos intensificar as fiscalizações, sensibilizar trabalhadores e reduzir o índice de resgates no Piauí nos últimos anos. Saímos de 180 resgatados em 2022, para 14 em 2024. No entanto, infelizmente, ainda temos trabalhadores que saem do Piauí acreditando em falsas promessas e acabam sendo submetidos a situação análoga à de escravo em outros estados”, disse
Ele reforçou que o MPT trabalha em parceria com diversas instituições para combater o problema e alertou sobre os sinais de aliciamento. “Estamos sensibilizando e orientando os trabalhadores para que fiquem atentos a situações para evitar serem escravizados”, destacou.
Como denunciar
Entre os principais indícios de fraude e exploração estão salários acima do valor de mercado, transporte em ônibus clandestinos e pagamento antecipado como forma de prender o trabalhador ao empregador. Quem identificar qualquer situação suspeita pode fazer denúncias ao Ministério Público do Trabalho, seja presencialmente, pelo site www.prt22.mpt.mp.br ou pelo WhatsApp (86) 99544-7488. O sigilo da denúncia é garantido.
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