Neste mês de abril, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) anunciou que vai adotar o protocolo implementado no Piauí para recuperação de celulares roubados. A inclusão desse protocolo foi confirmada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandovski durante um encontro com o governador Rafael Fonteles.
Esse modelo de recuperação de celulares roubados, que já resultou na redução de 44% nos roubos de telefones móveis no Piauí, deverá ser primeiro implementado em estados do Norte e Nordeste do Brasil para, depois, ser levado para outras regiões. A informação foi repassada ao Portalodia.com pelo secretário estadual de Segurança Pública, Chico Lucas.
Em entrevista exclusiva, ele explicou como funciona este modelo na prática e como ele deverá ser levado para os demais estados brasileiros.
A palavra-chave, segundo Chico Lucas, é “integração”. O secretário destacou que as operações de combate ao roubo e furto de celulares no Piauí, com a alta taxa de recuperação de aparelhos roubados, só foram possíveis graças à troca de informações entre os setores de Inteligência das forças de segurança do Estado.
“É isso o que o Piauí quer e vai ensinar aos outros estados brasileiros. Essa integração melhorou fluxos e processos de trabalho. Temos equipes capitaneadas pela Polícia Militar, equipes capitaneadas pela Polícia Civil, o setor operacional da Secretaria de Segurança coordenando tudo e, claro, em parceria com o Judiciário, o Legislativo e o Ministério Público. Movimentamos toda uma cadeia que vai do início ao fim da linha do crime e direcionamos para uma ação específica, que é o roubo de celulares. É isso que o Piauí vai mostrar para o restante do Brasil, como fazer isso e como replicar esse protocolo”, explica Chico Lucas.
"Essa integração melhorou fluxos e processos de trabalho. Temos equipes capitaneadas pela Polícia Militar, equipes capitaneadas pela Polícia Civil, o setor operacional da Secretaria de Segurança coordenando tudo e, claro, em parceria com o Judiciário, o Legislativo e o Ministério Público. Movimentamos toda uma cadeia que vai do início ao fim da linha do crime e direcionamos para uma ação específica".
Ainda ontem (12), o secretário se reuniu com uma equipe de técnicos do Ministério da Justiça para apresentar o trabalho desenvolvido no Piauí no âmbito da Operação Interditados. Na ocasião, os representantes do Governo Federal pediram o prazo de uma semana para iniciar essa integração com as demais forças de segurança do país e colocar em prática o protocolo piauiense em outros estados.
“Eles estão vendo o que precisa para replicar no país essa experiência que fizemos aqui. Vão escolher alguns estados do Norte e Nordeste para começar essa experiência nacional. Nós acreditamos que vai ser algo exitoso e que o Piauí vai contribuir bastante para a redução dos índices de criminalidade em todo o Brasil”, finaliza Chico Lucas.
“Quando combatemos o roubo de celular, diminuímos os crimes no geral”
O roubo e furto de celulares diminuiu em Teresina e no Piauí como um todo, conforme os dados da Secretaria de Segurança. Mas a pergunta que fica é: se o o roubo físico não traz mais vantagens, os criminosos não migrariam para outras modalidades criminais? Para o secretário Chico Lucas, a resposta é “não”, uma vez que quem comete os crimes está sendo preso justamente nas ações de combate ao roubo de aparelhos celulares.
O gestor explica que ao combater o roubo e furto de celulares, se combate também uma série de outros crimes violentos que decorrem da prática. “A questão do celular é porque ela não é uma única ação criminosa. Ela fazia várias vítimas, como por exemplo, os arrastões em paradas de ônibus, arrastões nos ônibus. Quando a gente combate o roubo de celular, ele é mais efetivo, porque a gente diminui o número de ocorrências no geral. Se você prende um elemento criminoso, ele não comete mais crimes. Diminui a criminalidade, seja ela qual for”, afirma Chico Lucas.
De acordo com o secretário, em 2023 no Piauí a cada 100 mandados de prisão cumpridos, sete vidas eram salvas. “Por mais que esses criminosos tenham migrado de modalidade, o foco é sempre preservar a vida e combater o crime violento. Se estamos prendendo, acabou. Quem está preso não vai cometer crime nenhum”, finaliza o gestor.