Em janeiro, o Portalodia.com divulgou um levantamento feito pelo TCU (Tribunal de Contas da União) que apontava que o Piauí está entre os 10 estados com maior número de obras públicas paralisadas do Brasil. Nesta terça (12), o Tribunal de Contas da União divulgou a continuação do levantamento, apontando o quanto cada estado precisa investir para dar andamento às obras paralisadas.
Os números mostram que o Piauí precisam investir R$ 1 bilhão em obras paradas. O Estado já investiu R$ 0,4 bilhões ou R$ 447,8 milhões nestas obras, segundo os números apresentados pelo TCU. O Estado é o quinto do Nordeste que mais investiu em obras paradas com recursos federais. A Bahia foi o que mais investiu (R$ 1,6 bilhão), seguido dos estados de Pernambuco (R$ 0,8 bilhão), Ceará (R$ 0,6 bilhão) e Rio Grande do Norte (R$ 0,5 bilhão). O Piauí aparece logo em seguida no ranking do TCU.
Entre os órgãos que repassam recursos financeiros para execução das obras no Piauí, o destaque é para o Ministério das Cidades, que já enviou R$ 108, 5 milhões. Na sequência aparecem o Ministério da Saúde, que já repassou R$ 78,6 milhões e o Ministério da Agricultura e Pecuária, que já repassou ao Estado R$ 16 milhões.
Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), o engenheiro civil Leandro Moreira explica que quando há ausência de investimento adequado neste tipo de empreendimento, a população é a mais afetada, porque demora ou às vezes chega a nem receber os serviços pelos quais paga através dos impostos.
“A importância do investimento em infraestrutura é lógica e direta e advém justamente desse custo logístico. Quando se faz um investimento, espera-se que tenha um retorno. Então, o investimento em infraestrutura tem um retorno dentro de um planejamento. Espera-se um retorno efetivo para que gere desenvolvimento”, pontua.
Somando-se todos os Estados, o Brasil tinha mais da metade de suas obras públicas (52%) paralisadas até o final de 2024. Segundo o TCU, o investimento nestes empreendimentos foi de R$ 9 bilhões com recursos federais. Mas o valor previsto de aplicação, ou seja, aquilo que o país precisa investir para prosseguir com estas obras, é de R$ 29,4 bilhões.
Levando-se em conta todas as obras analisadas no estudo, inclusive as que estão em execução, o valor previsto de investimento chega a R$ 110,5 bilhões, mas somente R$ 24,2 bilhões foram investidos até o momento.
A nível de Brasil, o órgão que mais investiu em obras paradas até o momento é o Ministério da Saúde, que soma um total de 4.580 empreendimentos nesta situação. O Ministério da Educação aparece em sequência, com 4.434 obras paradas seguido do Ministério das Cidades (1.269), Turismo (381), Esporte (331), Funasa (249), Integração e Desenvolvimento Regional (234) e Ministério da Agricultura e Pecuária (215).
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