Há pouco tempo, um jovem dizer ser um skatista era sinônimo - no imaginário de parte da população - de alguém que quer “viver nas ruas”, sem uma ocupação educacional ou profissional. Mas essa visão está mudando! Após os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, em que Rayssa Leal, a Fadinha, brilhou e garantiu a medalha de prata no skate. Tal fenômeno provocou uma onda de crescimento na busca por skate profissional em todo o Brasil. No Piauí, não foi diferente.
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No Estado, o número de skatistas profissionais e amadores está crescendo, junto ao número de competições. Além de torneios estaduais, o Estado já sediou competições regionais de Street Skate, Jam Session, dentre outras. E em várias modalidades, o Estado tem revelado novo talentos. É o que avalia, neste dia 21 de junho - Dia Mundial do Skate - o presidente da Fepisk, a Federação Piauiense de Skate.
“Esse esporte vem passando um momento assim bem legal. Tanto o nível do skate, dos praticantes, o nível técnico também de desses atletas, com muitas famílias envolvidas. A gente tem muita família envolvida e isso é bastante legal, humaniza muito esporte. As crianças estão evoluindo. E a mídia, a mídia nacional cada vez mais chegando, procurando a gente para mostrar o trabalho que está sendo feito. Como Federação de skate, estamos muito satisfeitos, mas sabemos que tem muito a melhorar”, diz o presidente da Fepisk, Thyago Costa.
E quando se fala em melhorias, quem dirige o esporte aqui no Piauí e os atletas já lembram logo da necessidade de mais espaços para a prática do skate. Em Teresina, abertos ao público, existem as pistas de skate do Parque da Cidadania, da Potycabana, da Praça do Saci, na Santa Maria da Codipi, na Praça do Skatista no Jóquei e no Lagoas do Norte. Existem outras de menor porte na capital, mas há ainda uma carência de pistas no interior do Estado.
“Sabemos que temos muito o que melhorar, principalmente em equipamentos públicos. E temos cobrado no dia-a-dia da prefeitura, do Governo do Estado e exigimos para fomentar e defender esse esporte”, complementa.
Skatistas superam preconceitos e crescem no esporte
Jhonatan Augusto tem 12 anos de prática do Skate. E quando chegou para família e disse que seria um skatista profissional, a reação não foi muito boa. “É um esporte marginalizado, né? E se hoje ele ainda é marginalizado, mesmo com as Olimpíadas. Imagina antes, há 10 ou 12 anos atrás. Então meus pais não gostaram muito da ideia, mas eu sempre gostei. Foi algo que me ajudou bastante na minha vida, como pessoa e como profissional também. Hoje, eu sou um profissional do skate.
As Olimpíadas de 2020, primeira edição em que o skate entrou como modalidade olímpica, ajudou a mudar essa mentalidade. “É um processo de mudança, porque antes era visto de uma forma negativa. Mas quando vemos o esporte dentro de uma Olimpíada, que é o mais alto nível de competição, mais alto nível de elite de um esporte, as pessoas que não entende muito bem, já começam a ver de outra forma. Isso tem ajudado a desmistificar essa questão de sermos marginalizados”.
E para aqueles que desejam seguir esse esporte, mas temem o preconceito, o atleta aconselha: "Eu recebi muita resistência da minha família, mas é algo que eu amo muito, algo que eu gosto muito. E crianças, adolescentes e todas as faixas etárias, até mesmo as pessoas mais velhas que querem andar de skate, o skate não têm idade! A única coisa que esse esporte quer de você é só sua dedicação".