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Dengue: médico recomenda buscar serviço de saúde logo nos primeiros sintomas

A capital do Piauí, Teresina, registrou sua primeira morte por dengue. A vítima foi uma criança de apenas 5 anos, que veio a óbito na última terça-feira (07). Com esse óbito, o Estado passa a registrar, então, sua sétima morte por dengue em 2024, sendo que quatro delas foram registradas no município de Bom Jesus. Para combater a doença, é necessário conhecer primeiros os sintomas e o que fazer em casos de suspeita de dengue.

O diretor de Vigilância em Saúde da Fundação Municipal de Teresina (FMS), e médico infectologista, Walfrido Salmito, cita os sintomas mais comuns da dengue e devem a ser um alerta: febre, dor no corpo, dor por trás dos olhos, fraqueza, falta de apetite e manchas no corpo.

Reprodução/Governo do Piauí
Casos de dengue no Piauí

“A recomendação para as pessoas que estão com febre e outros sintomas é que procure a unidade de saúde ou médico de sua confiança, pois em alguns casos poder haver o agravamento da doença. A grande maioria das pessoas fica boa espontaneamente, fazendo uso de hidratação e antitérmicos, mas o recomendado é procurar o serviço de saúde, que a pessoa faça os exames e tenha o acompanhamento dessa situação, pois, eventualmente, pode ter um caso mais grave, podendo evoluir para um desfecho desfavorável”, pontua o médico.

O infectologista destaca também que ao perceber os primeiros sintomas de dengue, deve-se evitar o uso de anti-inflamatórios não hormonais, como o Diclofenaco, e uso de ácido acetilsalicílico, como a AS ou Aspirina, que pode provocar complicações em casos de dengue.

Além disso, os pacientes devem estar hidratados, preferencialmente por via oral. Entretanto, se isso não for possível, devem buscar o serviço de saúde para administração da hidratação por via venosa. “A hidratação salva e melhora consideravelmente os sintomas”, reforça.

Segundo dados da FMS, pelo menos 75% dos mosquitos da dengue são domiciliados, ou seja, estão dentro das residências, sendo assim, é preciso que a população esteja presente e ativa no combate ao mosquito da dengue. Diante do aumento de casos, órgãos municipais e estaduais estão alinhando estratégias para combater o mosquito Aedes aegypti.

(Foto: Assis Fernandes/O DIA)
Agente de endemias - Dengue

Em Teresina, os agentes de combate à endemia e os agentes de saúde estão visitando as casas e orientados os moradores sobre o tema, além de orientar sobre os cuidados que devem ser adotados para evitar os criadouros. E para manter a proteção das pessoas, está sendo intensificada a vacinação da população contra a dengue. Neste momento, a vacina contra a dengue está sendo destinada a crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde.

“Está aberto o agendamento para vacinação. Pedimos que as pessoas agendem e levem os filhos para vacinar. Essa é a melhor estratégia para evitar a doença. Assim que novas doses da vacina chegarem, vamos disponibilizar para um público maior”, pontua o médico infectologista Walfrido Salmito.

As vacinas são repassadas pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesapi) aos municípios. Do total de doses da vacina contra a dengue disponibilizadas pelo Ministério da Saúde ao Estado, 15.309 foram enviadas aos municípios que integram o território Entre Rios e 6.561 para os da Chapada das Mangabeiras. Para Teresina, a previsão e de que 4.867 doses sejam disponibilizadas.

Zeca Moreno/ODIA
Médico infectologista Walfrido Salmito

Piauí detecta a presença de dois sorotipos da dengue

Dos quatro sorotipos de dengue, dois estão circulando do Estado do Piauí, os sorotipos 1 e 2, sendo este último o mais agressivo. É o que destaca o supervisor de entomologia da Sesapi, Ocimar Alencar. Atualmente, 45 municípios ainda não notificaram casos de dengue

“Esses são os chamados silenciosos. Estamos acompanhando porque esses municípios ainda não notificaram, se de fato é porque não existem casos ou porque estão compreendendo de outra forma. Descobrimos que alguns municípios não notificaram porque estavam aguardando a confirmação do exame para poder notificar, mas essa é uma postura equivocada, pois a dengue é de notificação compulsória. Se o médico assinalou que é provavelmente dengue, tem que ser notificado no sistema, até para podermos visualizar de imediado e já acompanharmos de perto as situações”, ressalta Ocimar Alencar.

Zeca Moreno/ODIA
Supervisor de entomologia da Sesapi, Ocimar Alencar

A Sesapi tem atuado intensamente no combate e controle da dengue, desenvolvendo ações com a divulgação dos boletins semanais, demonstrando a situação epidemiológica e entomológica dos municípios, a distribuição regular dos insumos para todos os municípios através das regionais de saúde. Além disso, foi feita capacitação e manejo clínico para os profissionais de saúde do território das mangabeiras, reuniões virtuais com os territórios, reorientação das ações de controle do vetor com base nos resultados do Lira/Lia obtido.

A Secretaria de Saúde do Estado tem dado o suporte aos municípios, monitorado diariamente a situação epidemiológica e fazendo a adoção do carro fumacê nas cidades que entraram em situação de surto, de modo a bloquear a transmissão dos casos humanos.

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