Antônio José Lira entregou o que prometeu ao prefeito Dr. Pessoa enquanto esteve na liderança da gestão na Câmara Municipal de Teresina. Quarto suplente do PSD, ele foi sacado para combater a oposição em um momento em que as críticas se acumulavam e que nenhum outro aliado se sentia confortável para subir na tribuna e defender o Palácio da Cidade. Jeová Alencar, então presidente da Câmara, foi o responsável pela articulação, que tirou do caminho o vereador titular (Renato Berger) e mais três suplentes (Draga Alana, Júnior Macedo e Cida Santiago). Antônio José Lira extrapolou em determinados momentos o papel de líder: chorou, gravou vídeo, bradou em plenário. Ao se despedir da Câmara, ontem, reconheceu que na maior parte do tempo se expôs sozinho. “Fiz minha parte. Foi por falta de Palácio, não foi por falta de líder”.
Declaração de Lira a Jeová
Na despedida, o líder do prefeito Dr. Pessoa fez questão de reforçar sua “paixão” pelo deputado estadual Jeová Alencar. Ele agradeceu ao prefeito Dr. Pessoa, é fato, mas a empolgação maior reservou para seu compadre. Lira agradeceu na ordem a Dr. Pessoa, ao titular da vaga, vereador Renato Berger; ao vice-prefeito, Robert Rios; e deixou Jeová por último. “De coração aberto, emocionado e apaixonado (agradeço) a Jeová Alencar”, finalizou.
Caminho de volta
O ex-prefeito de Campo Maior, Professor Ribinha, derrotado na tentativa de reeleição em 2020, está de volta ao cenário político do município. Será candidato a vereador na eleição deste ano. Para viabilizar sua eleição, Ribinha deixou o Partido dos Trabalhadores após 20 anos e assinou ficha de filiação ao MDB. Com a articulação, o ex-gestor busca refazer sua trajetória política; antes de ser prefeito, foi duas vezes vereador. No município, o MDB, PT e Solidariedade formarão chapa proporcional entorno do nome de Paulo Martins.
De Brasília
O senador Ciro Nogueira já se posiciona nos bastidores da política de Brasília como articulador para a disputa presidencial de 2026. Na semana passada, reuniu a maioria dos governadores do Cosud (Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) para apresentar uma pesquisa de intenção de votos para presidente da República e avaliação do governo Lula. A ideia do piauiense é apresentar uma candidatura de centro (não radical), que conte com apoio de Bolsonaro e tenha um vice nordestino. Na sua avaliação, a chapa perfeita seria Tarcísio de Freira e... Ciro Nogueira.
Elite civil e o golpe de 64
Na semana em que o golpe militar no Brasil completa 60 anos, o jornalista piauiense Chico Castro lança o livro Médici, O Jardim dos Gafanhotos (Editora FCC , 140 páginas, Teresina/PI). Nessa que é sua 14ª obra, Chico foca no governo e na pessoa do general Emílio Garrastazu Médici, o terceiro presidente do regime militar. O jornalista apresenta a tese de que o golpe foi engendrado por uma elite civil que agiu nas sombras formada por representantes de grandes corporações do mercado financeiro nacional e internacional, assim como industriais, empresários e políticos, além de setores da imprensa e até intelectuais e religiosos. O lançamento acontece hoje, às 19h, na Entrelivros.
*A coluna Roda Viva é publicada originalmente no Jornal O Dia