Richard Slayman, o primeiro ser humano a receber um rim de porco morreu neste sábado (11). O óbito foi confirmado pelo hospital que fez a cirurgia e pela família do paciente. A morte ocorreu quase dois meses depois do transplante, nos Estados Unidos. Richard tinha 62 anos, recebeu o rim no dia 16 de março em cirurgia realizada por um médico brasileiro. Richard Rick Slayman, de 62 anos, sofria de doença renal em estágio avançado e dependia de diálise há sete anos.
O médico brasileiro Leonardo Riella realizou a cirurgia no Massachussets General Hospital, em Boston (EUA), no que foi visto como um avanço importante na medicina. Foi a primeira vez que um transplante desse tipo é realizado em um paciente vivo. A técnica é conhecida como xenotransplante e envolve a modificação genética dos órgãos suínos para reduzir a probabilidade de rejeição pelo sistema imunológico humano.
O paciente aceitou ser voluntário para a cirurgia. Em um comunicado divulgado pelo próprio hospital, Rick relata que viu o transplante como uma forma de dar esperança às pessoas que, assim como ele, também estão precisando de um transplante. A equipe médica do hospital lamentou a morte de Slayman e afirmaram que não havia nenhum indício de que ele morreu como resultado do transplante.
Os familiares afirmaram ainda que Slayman passou pela cirurgia também para oferecer esperança para as milhares de pessoas que precisam de um transplante para sobreviver. "Rick alcançou esse objetivo e sua esperança e otimismo permanecerão para sempre", disse o comunicado.
Como foi realizada a pesquisa para o xenotransplante?
O porco foi escolhido devido à semelhança do seu rim com o do ser humano. A pesquisa para o xenotransplante foi conduzida ao longo de cinco anos, em colaboração entre o Massachussets General Hospital e a empresa eGenesis.
Durante esse período, foram realizadas diversas modificações genéticas, incluindo a remoção de genes suínos problemáticos e a inativação de retrovírus endógenos suínos. O objetivo principal era aprimorar a compatibilidade entre o órgão do porco e o ser humano, além de reduzir o risco de infecções.
Anteriormente, em 2021, uma equipe em Nova York havia realizado um procedimento semelhante, mas em um paciente com morte cerebral. O xenotransplante acontece 70 anos após o primeiro transplante renal e é um reflexo da importância da pesquisa contínua na busca por soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Embora ainda seja considerada uma técnica experimental, o xenotransplante pode significar esperança para pacientes na lista de espera por um transplante renal.
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