Durante uma obra de construção em uma comunidade na zona rural de Miguel Alves, município localizado a 114 km de Teresina, pedreiros tiveram a surpresa de descobrir um artefato indígena que remonta a séculos passados. O achado é uma gameleira de argila, que guardava ossos e fragmentos de ferramentas, incluindo a ponta de um machado.
O artefato estava enterrado a uma profundidade de 1,10 metro e foi encontrado a cerca de 100 metros da margem do Rio Parnaíba, na comunidade Porto do Designo, quando os pedreiros cavavam para construir uma pilastra de uma casa. O momento da descoberta chamou a atenção dos trabalhadores, que se mobilizaram para garantir a preservação do artefato.
A urna apresenta características que a associam aos povos Tupi. O seu interior revela uma pintura feita com óxido de ferro. "Pelo formato da urna e pelo corante vermelho, talvez seja associada ao povo Tupi, que habitou o sudeste há mais de 2.600 anos atrás”, comentou um dos pesquisadores.
Apesar de ainda não ser possível determinar com precisão sua idade, acredita-se que o artefato tenha mais de 200 anos, pois é do período pré-colonial. O professor Frederico Rebelo Torres, autor de contos que abordam as mitologias e lendas da região, acompanhou os trabalhos de preservação do artefato e ressaltou a importância do achado.
A Academia de História dos Municípios Oriundos de Campo Maior (AHMOCAMPI) e pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) estiveram presentes no local para estudar e preservar a urna funerária e seus conteúdos. A expectativa é que essa descoberta possa lançar luz sobre a história da região e sua ocupação por povos indígenas. O objeto será estudado por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
A urna funerária foi acidentalmente desenterrada pelos pedreiros que trabalhavam na expansão da residência do Sr. Antônio Pereira, proprietário do terreno. Enquanto escavavam, as pás e picaretas dos operários encontraram a urna, causando a quebra de sua tampa.
Carlos, um dos pedreiros que participou da descoberta, comentou: "No momento, eu não pensei que fosse algo tão importante, mas quando vi os ossos, tentei tirar tudo da forma mais perfeita possível. Desejo que haja um aproveitamento muito bom na área da pesquisa."
O terreno da casa deve se tornar um sítio arqueológico oficialmente registrado, com a esperança de que existam outras urnas funerárias na região. O proprietário do terreno, que estava presente durante a descoberta, expressou seu desejo de que a pesquisa seja bem-sucedida, trazendo benefícios à comunidade. "Não tenho conhecimento sobre esse tipo de achado, mas espero que seja algo positivo para todos nós", declarou Antônio Pereira.