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Padrasto tinha “nojo” da família e chamava crianças envenenadas de “primatas”

"Desprezo, raiva e nojo". São estes os sentimentos que, segundo a polícia, Francisco de Assis Pereira tinha pela família com que vivia. Ele é o padrasto de Manoel Leandro e Francisca Maria Silva, tio e mãe das três crianças envenenadas em Parnaíba no ano novo. Os dois também morreram vítima de envenenamento. As palavras foram ditas pelo próprio Francisco em depoimento ao delegado Abimael Silva, que coordena o inquérito. Abimael afirma que ainda é cedo para confirmar a autoria dos envenenamentos, mas que o comportamento de Francisco para com a família aponta para uma motivação plausível.

Reprodução/TV Clube
Francisco de Assis Pereira foi preso por suspeita de envenenar sua família em Parnaíba

Segundo o delegado, o padrasto não falava com nenhum de seus enteados e se referia aos filhos de Francisca como “primatas, não higiênicos e que viviam como uma tribo de índios”.

Ele falou em depoimento que eram pessoas com as quais ele não conseguia conviver. Quanto à Francisca, ele costumava dizer que ela era uma criatura que tinha uma mente tola, matuta, que não serve para nada, que passa o dia escutando música de mala. Chegou a falar para a mãe dela que a Francisca não procurava um homem que trabalha, só procurava mala e mais de uma vez manifestou desejo que ela saísse de casa.

Abimael SilvaDelegado de Polícia Civil
Reprodução
O delegado Abimael Silva efetuou a prisão de Francisco de Assis

Para a polícia, a personalidade de Francisco de Assis é “complexa” e ele falava de forma espontânea sobre o desprezo que tinha pela família. Para garantir a segurança dos parentes e evitar que a sociedade revide de alguma forma o que para a polícia ainda é uma suspeita – a autoria ainda não foi comprovada – Francisco permanecerá preso temporariamente. A polícia tem de 30 dias para concluis o inquérito, mas este prazo pode ser prorrogado havendo necessidade.

Estamos diante de psicopatia criminal", diz delegado

Chamou a atenção da polícia o fato de Francisco de Assis reclamar mais de uma vez de ter que, nas palavras dele, “sustentar a família inteira”. O padrasto era o único que trabalhava e tinha uma renda fixa na casa. Os demais integrantes recebiam benefícios assistenciais como Bolsa Família. Francisco demonstrava raiva e incômodo em ser o que chamava de mantenedor da casa e mantinha suas coisas guardadas em separado do restante da família.

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Baú onde o suspeito guardava seus pertences ficava trancado com cadeado

Dentro de um baú trancado que ficava ao lado do fogão da cozinha, a polícia encontrou alimentos de consumo pessoal dele além de material gráfico (livros e revistas em quadrinho) com conteúdo de cunho nazista. Francisco tinha ainda uma casa da qual somente ele tinha conhecimento e à qual só ele tinha acesso. Neste imóvel, a polícia encontrou mais material relacionado ao Nazismo tanto em publicações quanto em mídias digitais.

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Com Francisco de Assis a polícia apreendeu revistas com conteúdo nazista

Em depoimento, ele disse que lia este tipo de conteúdo por curiosidade. A polícia diz que ainda é cedo para relacionar este comportamento com o ocorrido com a família e suspeita de ser Francisco o autor dos envenenamentos. “Vamos fazer uma avaliação para chegar à motivação e à personalidade da pessoa. Temos crianças como vítimas. É impossível um ser humano envenenar crianças. Estamos diante de uma psicopatia criminal e nos deparamos com esse material. Apreendemos para poder trabalhar em cima”, explica Abimael Silva. Em poder de Francisco também foram encontrados cartões de banco.

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Com Francisco de Assis a polícia apreendeu revistas com conteúdo nazista

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