A Polícia Civil concluiu o inquérito relacionado ao caso dos envenenamentos de oito pessoas em Parnaíba e indiciou os acusados, a avó e o padrasto das vítimas, por 23 crimes. A informação foi confirmada pelo delegado Abimael Silva, que presidiu as investigações. O relatório já foi fechado e encaminhado para o Ministério Público e o Poder Judiciário. Se somados, os 23 crimes imputados a Maria dos Aflitos da Silva e a Francisco de Assis Pereira da Costa, podem resultar em mais de 300 anos de prisão.
A eles foram atribuídas as autorias dos seguintes crimes:
Maria dos Aflitos: quatro homicídios triplamente qualificados, quatro feminicídios, duas tentativas de feminicídio, uma tentativa de homicídio triplamente qualificado e uma denunciação caluniosa.
Francisco de Assis: quatro homicídios triplamente qualificados, três feminicídios, duas tentativas de feminicídio, uma tentativa de homicídio triplamente qualificado e um crime de fraude processual.
As vítimas dos crimes foram:
- João Miguel da Silva – neto de Maria dos Aflitos
- Ulisses Gabriel da Silva – neto de Maria dos Aflitos
- Lauane Fontenele – neta de Maria dos Aflitos
- Maria Gabriela da Silva – neta de Maria dos Aflitos
- Igno Davi da Silva – neto de Maria dos Aflitos
- Francisca Maria da Silva – filha de Maria dos Aflitos e enteada de Francisco de Assis
- Manoel Leandro – filho de Maria dos Aflitos
- Maria Jocilene – vizinha da família
Após os envenenamentos ocorridos em 01 de janeiro e à confissão de Maria dos Aflitos sobre a autoria dos crimes, a polícia decidiu juntar em uma peça só os inquéritos das mortes ocorridas em agosto do ano passado (João Miguel e Ulisses) com o das mortes ocorridas no começo do ano. Segundo o delegado Abimael Silva, ficou comprovado com os depoimentos e provas colhidas que Maria dos Aflitos e Francisco de Assis premeditaram os crimes.
Ainda, de acordo com o delegado, a avó e o padrasto foram os únicos durante toda a investigação que mentiram e omitiram diversos pontos chave, além de mudarem versões de fatos relevantes para a investigação por diversas vezes, sempre com a finalidade de afastar quaisquer suspeitas sobre o casal e incriminar terceiros.
“A investigação revelou que o modus operandi utilizado nos dois primeiros crimes foi idêntico: a utilização de veneno, a oportunidade e a justificativa. Divergindo do terceiro, praticado apenas por Maria dos Aflitos”, explica o delegado, se referindo ao assassinato de Maria Jocilene, vizinha da família, que foi envenenada por Maria dos Aflitos no final de janeiro numa tentativa dela de livrar Francisco de Assis das acusações.
Com o inquérito concluído, o caso passa agora para a esfera judicial. O Ministério Público vai analisar o relatório, que tem mais de mil páginas, e decidir se oferece ou não denúncia nos moldes documentados pela polícia. Se a denúncia for oferecida e a justiça aceita-la, Francisco de Assis e Maria dos Aflitos se tornam réus.
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