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Animais morrem após vaquejada na cidade de Sebastião Barros

A 21ª vaquejada da localidade Pitombas na cidade de Sebastião Barros, que fica no extremo Sul do Piauí, resultou na morte dos animais utilizados na prática. Circulou nas redes sociais que cerca de 20 bovinos tinham morrido após o evento. Porém, a Prefeitura do município e a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (ADAPI) informaram que seis animais tiveram que ser sacrificados por terem se machucado durante a vaquejada.

Reprodução / Redes Sociais
Animais morrem após vaquejada em Sebastião Barros

A Prefeitura de Sebastião Barros emitiu uma nota de esclarecimento e diz que “a empresa organizadora, seis animais quebraram a perna durante a corrida, motivo pelo qual foram posteriormente sacrificados, protocolo adotado em todas as vaquejadas para evitar o sofrimento prolongado do animal”. A nota afirma ainda que “foram adotados todos os protocolos de segurança, cuidados de permanência e regras na prática do esporte, visando o bem-estar do animal”. (Confira a nota na íntegra abaixo).

Porém as imagens dos animais mortos, divulgadas nas redes sociais, ganharam grande repercussão e chamaram a atenção de órgãos de proteção dos animais. O coordenador de Eventos Pecuários e Gerente de Apoio Técnico da ADAPI, João Fernando, explicou que o sacrifício de animais é comum nesses eventos.

“Infelizmente, na vaquejada – que eu acho um esporte violento para os animais, porém regulamentada – os animais sofreram uma fratura durante o evento e por questão de protocolo é realizada a eutanásia dos animais. É um procedimento padrão”, explica. Ainda segundo ele, na Vaquejada de Sebastião Barros, a Adapi fez a função que lhe cabe, que é a fiscalização e controle sanitário dentro do evento. Foram 150 bovinos e 63 equinos avaliados no controle sanitário da realizado pelo órgão.

Confira abaixo o vídeo que mostra alguns animais mortos:

Mesmo dividindo opiniões, vaquejada é regulamentada no Brasil

Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou proposta que regulamenta as práticas de vaquejada, rodeio e laço. A proposta foi aprovada pela Câmara dos Deputados no final de agosto. Não houve vetos e a norma (Lei 13873/19). De acordo com o texto sancionado, ficam reconhecidos o rodeio, a vaquejada e o laço como expressões esportivo-culturais pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro de natureza imaterial, sendo atividades intrinsecamente ligadas à vida, à identidade, à ação e à memória de grupos formadores da sociedade brasileira.

Os críticos da vaquejada argumentam que a figura do vaqueiro, que deve ser preservada, não está relacionada à prática da vaquejada, mas sim aos sertanejos humildes que vestem gibão e cuidam do gado como fonte de renda para sustentar a família. Eles lembram, ainda, que muitos dos praticantes da vaquejada sequer são sertanejos, mas sim pessoas de alto poder aquisitivo, que participam dos torneios como forma de ostentação.

Em 2016, a advogada Juliana Guerra, especialista em Direito Ambiental e membro do coletivo Onda Ambiental, concedeu entrevista ao O Dia e afirmou que algumas práticas consideradas "culturais" precisam ser superadas pela sociedade, por serem, na realidade, criminosas. "A vaquejada não é uma prática sadia, porque cultua a violência, e tudo o que cultua a violência tende a gerar problemas na sociedade. Antes do STF dizer que era crime, a gente já sabia que era crime. Está previsto no artigo 32 da Lei dos Crimes Ambientais. E os próprios especialistas posicionam-se contra a vaquejada. Dificilmente um biólogo ou um médico veterinário vai defender o ato de jogar um boi ou um cavalo no chão", disse a advogada.

A vaquejada é uma competição, em duplas, com montarias, de domínio sobre bovinos, no qual é julgada a habilidade dos atletas em dominar o animal com destreza e perícia. Somente devem participar os animais liberados para competição conforme atestado de médico veterinário.


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