Após mais de três anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta sexta-feira (5), o fim do estado de emergência internacional em virtude da pandemia da Covid-19. Desde 2020, a doença causou quase 7 milhões de mortes e 765 milhões de casos em todo o mundo. A partir de hoje, o vírus se classifica como um “problema de saúde estabelecido e contínuo”.
Apesar de o fim da pandemia ter sido decretado, especialistas alertam que o vírus continua circulando. “Não há mais um risco internacional como existiu nos últimos três anos, mas não significa que a doença acabou. O vírus continua circulando entre as pessoas, mas com um risco muito menor”, explica Emídio Matos, professor e pesquisador do Núcleo de Estudos em Saúde Pública (NESP) da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
De acordo com o especialista, chegar a esse dia só foi possível graças ao rápido desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19. “Isso se deve, primeiramente, à capacidade de cientistas e pesquisadores, que conseguiram produzir a vacina em tempo recorde. Precisamos ter clareza de que as vacinas fizeram com que a gente chegasse nesse momento”, aponta Emídio Matos.
Desde o início da pandemia, o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional da OMS se reunia periodicamente para analisar o cenário global provocado pela doença. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante sessão realizada na quinta-feira (4), membros do comitê recomendaram que fosse declarado o fim da emergência em saúde pública de importância internacional.
“Com grande esperança, declaro o fim da Covid-19 como emergência sanitária global. Entretanto, isso não significa que a Covid-19 chegou ao fim enquanto ameaça global de saúde. Na semana passada, a Covid-19 clamava uma vida a cada três minutos – e essas são apenas as mortes das quais nós temos conhecimento”, disse o diretor-geral da OMS durante coletiva.
Após declarar o fim da pandemia, o diretor-geral da OMS declarou que os últimos três anos devem ser vistos como uma lição. “Essa experiência deve mudar a todos nós para melhor. Deve nos tornar mais determinados para cumprir a missão que as nações tinham quando fundaram a OMS em 1948: o mais alto padrão possível de saúde para todas as pessoas”, destacou.
Para o pesquisador Emídio Matos, é fundamental que as pessoas continuem completando o seu ciclo vacinal, uma vez que o vírus ainda está sendo transmitido. Além disso, os gestores de saúde também devem distribuir vacinas em quantidade suficiente, assim como devem melhorar as condições de acesso às vacinas. ”Temos uma excelente notícia para comemorar, mas isso não significa de fato o fim da doença. O vírus continua circulando e nós só vamos vencê-lo com a ampliação da cobertura vacinal”, destaca.
Fonte: Com informações da Agência Brasil
Edição: Ithyara Borges