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Pesquisadores da UFDPar descobrem nova espécie de fungo no Piauí; conheça

Pesquisadores da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), no litoral do Piauí, descobriram uma nova espécie de fungo: Lichtheimia piauienses. Pelos estudos até aqui, existiam apenas sete espécies no gênero Lichtheimia registradas cientificamente no mundo, sendo três consideradas patógenas a seres humanos.

Divulgação/UFDPar
Nova descoberta foi publicada em revista internacional

O trabalho foi publicado na revista científica da área Mycological Progress, no final do ano passado, pelo egresso do curso de Ciências Biológicas, Mateus Oliveira da Cruz, orientado pela professora do curso de Ciências Biológicas da UFDPar, Maria Helena Alves, que é doutora em Micologia.

A pesquisa foi iniciada em 2018 e se voltou para o desenvolvimento de fungos em excrementos de animais. Os pesquisadores identificaram que os esporos do novo fungo eram diferentes dos esporos das outras espécies de Lichtheimia. Para a conclusão, foi necessária a realização de parcerias com outras instituições, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Chonnam National University, da Coreia do Sul, para análise molecular e filogenética essencial a fim de confirmar a nova espécie.

Mateus Oliveira explicou que ainda não se pode descartar a possibilidade do fungo causar doenças em humanos e que por isso a pesquisa precisa ser ainda mais aprofundada.

“Não foram realizados todos os testes necessários, mas também não se pode descartar essa possibilidade, devido a espécies filogeneticamente próximas apresentarem potencial patogênico, sendo necessárias futuras pesquisas sobre a patogenicidade e virulência, para responder essa questão”, ressalta.

Divulgação/UFDPar
Pesquisa foi iniciada em 2018

“A comunidade de fungos do Piauí é uma das comunidades menos conhecidas no Brasil. Essa descoberta demonstra que no Piauí há grandes perspectivas no contexto de espécies que ainda não foram catalogadas para o estado, como novas espécies que ainda não foram descritas e publicadas para a ciência”, finaliza a professora Maria Helena.